Brasil: Instituto Nacional de Propriedade Industrial avança com projetos de igualdade de gênero e inclusão social

As representantes do INPI Larissa Urmay e Rafaela Guirante resumem alguns dos projetos do Escritório para melhorar o DEI tanto no registro quanto no sistema mais amplo de propriedade intelectual

O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) está abrindo caminho para escritórios de PI em todo o mundo em termos de análise de dados DEI. Em abril de 2022, publiquei um relatório aprofundado, que revelou que o acesso limitado aos sistemas de propriedade intelectual, a desigualdade no processo de concessão de propriedade intelectual e a sub-representação dentro das organizações (incluindo o próprio Instituto Nacional de Propriedade Industrial) são barreiras significativas para fomentar a inovação entre empresas diversas.

As diretrizes ESG ganharam força global nos últimos anos – uma consequência da pandemia é a aceleração urgente de tais discussões. O mundo inteiro busca caminhos e atalhos para alcançar uma maior representação de grupos sociais de forma justa e inclusiva em um nível sem precedentes. Uma consideração importante – em todos os aspectos, incluindo propriedade intelectual – é como aumentar a produtividade de países e organizações por meio da diversidade e inclusão.

contexto no brasil

Um estudo realizado pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento em 2013 mostrou que, embora 96% das mulheres empresárias entrevistadas no Brasil tenham tomado uma ou mais ações para proteger sua propriedade intelectual, muito menos – apenas 26% – obtiveram de fato sua propriedade intelectual com sucesso. direitos de propriedade. . Embora mulheres empresárias e inventoras estejam claramente interessadas em proteger sua propriedade intelectual no Brasil, a realidade é que ainda há uma sub-representação crônica de mulheres com direitos de propriedade intelectual registrados. Certamente, as mulheres são particularmente afetadas pela falta de tempo decorrente das normas e expectativas sociais que lhes são impostas, principalmente no que diz respeito aos cuidados domésticos e familiares. A baixa representação de mulheres nas áreas STEM e as dificuldades de acesso a financiamento contribuem para a baixa representação de mulheres como proprietárias de ativos de propriedade intelectual.

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Práticas e procedimentos tendenciosos também perpetuam a desigualdade dentro das organizações. No que diz respeito às questões raciais, o trabalho livre no Brasil existe há 134 anos, após três séculos de escravidão. Assim, o Brasil precisa oferecer oportunidades iguais a todos os cidadãos e superar sua estrutura social arcaica construída em torno da ideia da supremacia branca – um dos legados mais duradouros do colonialismo.

Passos dados no campo da propriedade intelectual no Brasil

O INPI é um órgão do governo federal responsável por estimular a inovação e a competitividade no Brasil por meio da proteção efetiva da propriedade intelectual. Também desempenha um papel crucial na promoção da igualdade de gênero e inclusão social no espaço de inovação brasileiro.

Em 2022, o Instituto Nacional de Propriedade Intelectual introduziu um forte Comitê Estratégico de 24 pessoas para abordar a lacuna de gênero no campo da propriedade intelectual, tanto interna quanto externamente. Em abril, o instituto lançou o relatório “Diversidade, Inclusão e Equidade na Propriedade Intelectual”, que analisou os níveis de participação de mulheres, pessoas de cor, jovens e pessoas com deficiência no campo da propriedade intelectual no Brasil. Em seguida, sugira possíveis soluções para essa situação.

Para auxiliar na formulação de políticas públicas, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) está desenvolvendo seu primeiro estudo sobre propriedade intelectual e DEI no Brasil. O projeto consistirá na coleta de dados de gênero e etnia de mais de 6.000 usuários do sistema brasileiro de PI para nos ajudar a entender melhor como o conhecimento de PI varia entre as regiões, levando em consideração fatores de gênero e etnia. O estudo também identificará como diferentes grupos usam o sistema IP. O estudo, que será lançado em breve, contribuirá para a geração de informações relacionadas à definição de PI e informações relacionadas à PI no Brasil, podendo ser utilizado para direcionar recursos para futuros planos de trabalho do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual sobre e consciência diversificada de IP.

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O INPI também coleta dados estatísticos sobre seu quadro de funcionários, referentes à distribuição de gênero em diversas áreas e cargos para subsidiar o estabelecimento de prioridades internas relacionadas à diversidade. O instituto mede a participação feminina em cursos, ouvidoria e pedidos de patentes protocolados no PCT. Todos os dados gerados serão utilizados para subsidiar a identificação das prioridades a serem atendidas pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial, em relação à diversidade e inclusão social dentro da organização.

No campo acadêmico, o Instituto Nacional de Propriedade Intelectual desenvolve um projeto de pesquisa sobre titularidade e incorporação da propriedade intelectual, que visa criar indicadores para medir os impactos dos padrões internacionais de propriedade intelectual no Brasil no que diz respeito às desigualdades sociais e econômicas. Você se concentrará principalmente em raça, gênero, orientação sexual e classe. Como os DEIs são um dos maiores desafios enfrentados pelos escritórios de PI em todo o mundo, o Instituto Nacional de Propriedade Intelectual espera compartilhar lições aprendidas, desafios, resultados e melhores práticas com escritórios de PI estrangeiros.

Política nacional e além

O Instituto Nacional de Propriedade Intelectual supervisiona a organização e promoção de eventos relacionados a gênero e propriedade intelectual no âmbito da atual estratégia de PI no Brasil. Em março de 2023, o INPI e a OMPI coordenarão um evento sobre mulheres e inovação.

A igualdade de gênero também é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. O Instituto tem participado de muitas atividades organizadas pela OMPI, e foram realizados diálogos bilaterais e multilaterais sobre inclusão. O Instituto Nacional de Propriedade Industrial também está construindo um padrão em torno de boas práticas na educação do conhecimento.

Em maio de 2022, o INA ingressou na Rede Latino-Americana de Propriedade Intelectual e Igualdade de Gênero, participando de comissões temáticas com relevante impacto regional. Sua participação nesta rede internacional tem facilitado o intercâmbio de dados, melhores práticas, estratégias de gestão e experiências entre escritórios de PI na América Latina. Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Equador, México, Peru e Uruguai são todos membros, além da OMPI como membro fundador honorário.

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próximos passos

No próximo ano, o INPI planeja implementar mais iniciativas de PI, incluindo um programa de mentoria empresarial (projetado especificamente para mulheres), desenvolvimento de novos produtos e serviços (e/ou adaptação de produtos e serviços existentes) com foco em DEI e a introdução do DEI no programa IP do INPI nas Escolas e a criação de um grupo de estudos relacionados ao DEI na Academia do INPI.

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