O ex-chanceler disse que as relações entre China e Brasil serão fortalecidas se Lula vencer

O então presidente brasileiro Luis Inácio Lula da Silva (E) fala ao lado de seu chanceler Celso Amorim na primeira sessão de trabalho da Cúpula Ibero-Americana em Mar del Plata, 4 de dezembro de 2010. REUTERS/Marcos Prindichi/File Photo

Registre-se agora para obter acesso ilimitado e gratuito ao Reuters.com

BRASÍLIA (Reuters) – As relações do Brasil com a China têm sido tensas sob seu atual governo de extrema-direita e melhorarão dramaticamente se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva for eleito em outubro, de acordo com um assessor próximo da esquerda.

Mas o ex-chanceler de Lula, Celso Amorim, disse à Reuters que o governo Lula não buscaria uma relação preferencial com a China sobre suas boas relações com os Estados Unidos, a União Europeia e os vizinhos latino-americanos.

Lula está claramente à frente do presidente Jair Bolsonaro nas primeiras pesquisas de opinião – embora nenhum dos dois tenha declarado oficialmente sua candidatura – e os investidores estão ansiosos para entender o que o governo trabalhista pode significar para as relações com o maior parceiro comercial do Brasil.

Registre-se agora para obter acesso ilimitado e gratuito ao Reuters.com

Em entrevista na sexta-feira, Amorim disse que a política externa do Brasil seria “pragmática, não ideológica” se Lula voltasse ao poder.

“Mas você não pode ignorar o fato de que a China é a economia que mais cresce e será a maior do mundo até o final desta década”, acrescentou.

Durante a campanha eleitoral de 2018, Bolsonaro atacou a China, dizendo que ela estava “comprando o Brasil”, causando tensões com a potência asiática.

Desde então, o presidente brasileiro amenizou suas críticas, mas alguns de seus apoiadores de direita reclamam que ele está permitindo que a maior economia da América Latina se torne uma “colônia chinesa” ao não banir a gigante chinesa de telecomunicações Huawei Technologies Co Ltd (HWT.UL ), do fornecimento de equipamentos de rede 5G.

Segundo Amorim, atritos com Pequim sob a liderança de Bolsonaro têm causado atrasos na obtenção de equipamentos de saúde e ingredientes ativos para vacinas de combate à pandemia de COVID-19. A China disse na época que os atrasos se deviam a procedimentos de rotina que seguem os regulamentos de exportação da China.

O Brasil mantém uma parceria estratégica com a China desde 1994, quando Amorim foi ministro pela primeira vez.

As relações econômicas e políticas entre Brasil e China começaram no governo Lula, cuja visita ao país em 2004 incluiu uma grande delegação de 450 representantes do setor empresarial brasileiro. Amorim foi Ministro das Relações Exteriores de Lula durante sua presidência 2003-2010 e atuou como Ministro da Defesa de 2011 a 2014 sob o sucessor escolhido a dedo de Lula, a presidente Dilma Rousseff.

Amorim disse que o potencial de cooperação é enorme hoje, já que a China se tornou uma das maiores fontes de investimento do mundo, e o Brasil é o destino número um dos investimentos chineses na América Latina.

Os Estados Unidos, particularmente durante o governo Trump, tentaram persuadir o Brasil a bloquear a Huawei, a maior fabricante mundial de equipamentos de telecomunicações, de entrar no mercado móvel 5G por motivos de segurança, alegando que permitia um backdoor para espionagem pelo governo comunista chinês.

Amorim disse que os países devem comprar os equipamentos mais adequados e baratos disponíveis para as empresas de telecomunicações, como o governo Bolsonaro finalmente fez no ano passado, sucumbindo à pressão do setor privado.

“O Brasil precisa encontrar um equilíbrio. Não podemos colocar todos os ovos na mesma cesta”, disse.

Questionado se voltaria a ocupar o cargo de chanceler se Lula vencesse, Amorim disse: “Vamos atravessar essa ponte quando chegarmos lá”.

READ  Gamasutra - Press Releases - Brazilian Game Week mostra o melhor do Brasil para o mundo

Registre-se agora para obter acesso ilimitado e gratuito ao Reuters.com

(capa) Anthony Boudl Edição por Paul Simão

Nossos critérios: Princípios de Confiança da Thomson Reuters.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *