O Brasil busca a próxima geração de campeões de MMA

O lutador brasileiro de artes marciais mistas Caio Boralho treina em uma academia em São Paulo, Brasil (Miguel Cincariol)

Autodenominado ‘nerd’, Caio Boralho abandonou os estudos de engenharia química para se tornar um lutador profissional de artes marciais mistas (MMA), parte de uma nova geração que busca revigorar o esporte no Brasil, lar de campeões lendários.

Com seu lindo rosto e óculos, Porralho, 30 anos, não se enquadra no estereótipo dos taciturnos e dolorosos gigantes brasileiros que tornaram o país famoso como lar de ícones do UFC.

Mas ele faz parte de uma onda de jovens lutadores brasileiros que buscam deixar sua marca e renovar o domínio da nação sul-americana, após as aposentadorias dos ex-campeões Anderson Silva em 2020 e Amanda Nunes em junho, considerada por muitos a maior de todos os tempos. .

O Brasil desempenhou um papel importante no desenvolvimento da mania internacional multimilionária das lutas em jaulas e no lançamento do Campeonato do UFC, sua principal competição, em 1993.

Os brasileiros detêm alguns recordes no esporte, constituindo 20% dos lutadores mais bem classificados do UFC nas 13 categorias de peso.

Mas o país tem atualmente apenas um campeão: o cinturão peso mosca Alexander Pantoja.

“Estamos num período de renovação. É preciso haver mais investimento a nível fundamental”, afirma Boralio.

“Houve mais apoio em outros países, onde o esporte cresceu tão rapidamente. Isso faz toda a diferença nos resultados futuros. O segredo agora é focar no nível básico e em pouco tempo estaremos no controle novamente.”

– ‘Lutadores de MMA nacionais’ –

Porralho está treinando brigas com cerca de 20 outros lutadores na academia do centro de São Paulo e está ansioso para cumprir sua promessa de conquistar o título dos médios do UFC.

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Desde que estreou no UFC, em abril de 2022, ele está invicto há quatro lutas.

Mas ele admite que ainda tem trabalho a fazer.

“Preciso de mais tempo de luta, de mais experiência”, diz Boralho, que cresceu praticando judô na cidade nordestina de São Luís do Maranhão, começou a praticar artes marciais mistas aos 19 anos e deixou a universidade um ano antes de se formar para seguir o UFC. sonho”.

Outros lutadores brasileiros, como os ex-campeões Charles “Du Bronx” Oliveira e Alex Pereira, também estão envolvidos em campanhas para restaurar o domínio do país.

O Brasil pode ser a terra do futebol, mas foi fundamental para o surgimento do torneio do UFC, graças ao interesse internacional no jiu-jitsu brasileiro – uma reinvenção das antigas artes marciais japonesas – e no “vale tudo”, um jogo não convencional e violento. O esporte de combate é proibido.

“O UFC está no DNA dos brasileiros”, afirma Eduardo Galletti, vice-presidente do UFC no Brasil.

“Os jovens lutadores começavam em outra modalidade e descobriam o MMA. Agora são lutadores locais de MMA”.

Ele diz que o Brasil tem o segundo maior número de lutadores do UFC entre todos os países e é o seu segundo maior mercado, depois dos Estados Unidos.

– ‘Espírito de lutador’ –

As artes marciais mistas se tornaram um negócio lucrativo para muitos lutadores brasileiros, alguns dos quais se tornaram estrelas no nível de Neymar.

“Não quero ser apenas um herói”, diz a lutadora Natalia Silva, de 26 anos. “Quero ser um herói cuja história impacte a vida de outras pessoas. Quero inspirar sonhos.”

Desde que estreou no octógono em junho de 2022, o fenômeno peso mosca venceu todas as quatro lutas e subiu para a 13ª posição no ranking do UFC.

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“Se Deus quiser, esse cinturão será nosso muito em breve”, diz ela enquanto se exercita em uma academia na periferia de Belo Horizonte.

Comecei a estudar taekwondo antes de conhecer o UFC, cujo campeonato feminino cresceu exponencialmente desde seu lançamento em 2013 – em grande parte graças a Nunes, campeã pioneira que conquistou o cinturão do peso pena e do peso galo.

Hoje, as mulheres brasileiras superam os homens, sendo 23 das 42 lutadoras do país.

“Os brasileiros nascem com vontade de vencer”, diz o técnico de artes marciais mistas Carlos Junior Lopez. “É um país onde a maioria das pessoas vive uma vida difícil”.

“As dificuldades que enfrentamos constroem o nosso espírito de luta. Combine isso com a técnica certa e não haverá nada que nos impeça.”

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