Celeiro Brasil para estocar alimentos devido a temores de inflação

Escrito por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) – O maior produtor de alimentos do Brasil começará a estocar alimentos básicos à medida que o governo esquerdista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpre uma promessa de campanha no ano passado de conter a inflação dos preços dos alimentos, disse uma agência do governo nesta quinta-feira.

Em um esforço para aumentar a capacidade de armazenamento público, a agência de abastecimento de alimentos e estatísticas Conab anunciou um aumento de 34% nas taxas que pagará aos operadores de armazéns aprovados pelo governo, o primeiro aumento em seis anos.

Essa política representa uma forte reversão da posição do governo anterior, que nunca considerou a estocagem de alimentos uma opção.

“Voltaremos a oferecer ações ao público, necessárias para combater a inflação dos preços dos alimentos”, disse o presidente da Konab, Edigard Brito, em comunicado. “Então, primeiro precisamos ampliar a adoção da Conab [warehouse] rede.”

Konab disse que os detalhes da nova política, incluindo alocação de orçamento e mecanismos para aquisição de alimentos e itens básicos relevantes, serão anunciados pelo Ministério da Agricultura em uma data posterior.

Armazéns próprios da Conab, bem como armazéns autorizados de terceiros, serão envolvidos no esforço, disse Brito.

A nova política chega em um momento em que muitos países estão preocupados com o impacto sobre os consumidores do aumento dos preços dos alimentos.

Na França, o governo garantiu a promessa de 75 empresas de alimentos para reduzir os preços de centenas de produtos. No Reino Unido, o governo abandonou os planos de exigir que os supermercados imponham um teto de preço voluntário para produtos essenciais após uma reação dos varejistas.

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Em geral, o acúmulo de alimentos é mais comum em países onde a produção de alimentos é insuficiente.

O Brasil é um grande produtor e exportador de soja, milho, café, açúcar, frango e carne bovina, mas tem um déficit crônico de armazenamento.

A produção de grãos de verão do Brasil em 2023 ultrapassou sua capacidade de armazenamento naquela época em 20 anos.

Historicamente, o governo compra grãos como o milho quando os preços atingem um determinado patamar mínimo.

(Reportagem de Roberto Samora em São Paulo; Roteiro de Ana Manu; Edição de Sandra Mahler)

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