Brasil corta orçamento ambiental apesar de promessa da cúpula do clima

O presidente brasileiro Jair Bolsonaro aprovou um corte no orçamento do Ministério do Meio Ambiente, um dia depois de ter prometido aumentar os gastos para combater o desmatamento.

As florestas tropicais brasileiras foram desmatadas para dar lugar às plantações de óleo de palma e borracha.  (Arquivo de imagem).

Desmatamento da floresta tropical brasileira para dar lugar à plantação de óleo de palma e borracha (foto de arquivo).
foto: 123rf / Richard Whitcomb

Na cúpula do clima liderada pelos Estados Unidos, ele prometeu dobrar o dinheiro destinado para fazer cumprir as leis ambientais e acabar com o desmatamento ilegal até 2030.

Mas o orçamento assinado na sexta-feira não incluiu uma promessa de gastos ou propostas adicionais apresentadas pelo Congresso.

Seu governo enfraqueceu a proteção e quer desenvolver áreas protegidas.

Os críticos dizem que as promessas do presidente na quinta-feira estão ligadas a um acordo polêmico que o Brasil está negociando com os Estados Unidos para receber ajuda financeira em troca da proteção da Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, e outras áreas.

O orçamento federal de 2021 inclui 2,1 bilhões de riais (528 milhões de dólares da Nova Zelândia) para o Ministério do Meio Ambiente e as agências que o supervisionam. O orçamento do ministério atingiu cerca de três bilhões de riais em 2020.

Na sexta-feira passada, o secretário do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que havia pedido ao Departamento de Economia para revisar os números e cumprir a promessa feita pelo presidente Bolsonaro na cúpula virtual do clima patrocinada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

Presidente brasileiro Jair Bolsonaro.

Presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
foto: 123rf

As políticas ambientais do presidente Bolsonaro, apoiadas por poderosos líderes do agronegócio, foram amplamente criticadas. O líder de extrema direita incentivou a agricultura e a mineração na Amazônia e desrespeitou a legislação ambiental.

ano passado, Desmatamento na Amazônia brasileira atingiu seu nível mais alto em 12 anos. Ativistas e grupos indígenas dizem que as leis ambientais continuam sem recursos e condenam a impunidade para extração ilegal de madeira e mineração em áreas protegidas.

O presidente descarta as críticas, dizendo que o Brasil continua sendo um exemplo de preservação do meio ambiente. Mas na cúpula de quinta-feira, ele tentou dar um tom mais conciliador e também prometeu que o Brasil alcançaria zero emissões de carbono até 2050, 10 anos antes do combinado.

Queimando as florestas da Amazônia brasileira para abrir pastagens.

Queimando as florestas da Amazônia brasileira para abrir pastagens.
foto: 123rf

Autoridades brasileiras e norte-americanas discutem a possibilidade de cooperação para impedir a destruição da região amazônica. Políticos e ambientalistas alertaram que o governo Bolsonaro deve mostrar resultados antes de fazer qualquer compromisso financeiro.

No início desta semana, um grupo de 35 celebridades americanas e brasileiras fez Eles expressaram sua oposição Ele fechou um acordo com o Brasil, dizendo que corre o risco de legitimar um governo que vem incentivando a destruição ambiental.

O documento seguiu outra mensagem em que mais de 200 grupos brasileiros disseram ao presidente Biden que o governo Bolsonaro era um “inimigo” da Amazônia e que não tinha legitimidade para representar o Brasil.

Na semana passada, o ministro do Meio Ambiente disse que o país precisaria de US $ 1 bilhão em ajuda externa para apoiar os esforços para reduzir o desmatamento na Amazônia em 30 a 40 por cento ao ano.

-BBC

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