A inflação no Brasil em maio atingiu a mínima de oito meses, abrindo uma janela para cortes de juros

(Reuters) – A inflação brasileira provavelmente caiu para uma mínima de oito meses em maio em relação a abril, previu uma pesquisa da Reuters com economistas, abrindo uma janela muito esperada para cortes de juros no segundo semestre do ano.

Em uma base de 12 meses, os dados de preços ao consumidor divulgados na quarta-feira devem mostrar o menor aumento em mais de dois anos, aumentando a evidência do potencial início de um ciclo de flexibilização de um banco central conservador.

O índice de inflação IPCA deve ter subido 0,33% mês a mês em maio, a leitura mais fraca desde setembro de 2022, e 4,04% em 12 meses, o menor nível desde outubro de 2020, de acordo com a mediana das estimativas de 20 analistas ouvidos em período de 31 de maio a junho. 5.

“Recentes cortes nos preços dos combustíveis começarão a pesar sobre a inflação na impressão de maio. Esperamos -1,5% MoM para a gasolina, com -7 pontos básicos contribuindo para a manchete”, escreveram economistas do UBS em um relatório.

A Petrobras (PETR4.SA), empresa estatal de petróleo do Brasil, adotou uma nova política de preços de combustível que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva descreveu como uma “vitória para o povo”, levando a custos drasticamente mais baixos para os motoristas.

Ao mesmo tempo, graças às safras abundantes deste ano, a inflação adicional vem da indústria de alimentos, com uma moderação inesperada nos aumentos de preços nos supermercados, dando mais alívio ao consumidor no caixa.

A esperada confirmação da desaceleração do mês passado para pouco mais de 4,0% provavelmente será interpretada como a abertura de uma janela para cortes de juros que as autoridades do governo Lula esperavam.

A postura dura do Banco Central do Brasil continua a atrair dinheiro para contas bancárias que pagam altos juros à taxa recorde de 13,75%. Isso levou à redução do financiamento para a produção industrial, que continua abaixo do padrão.

O que ainda não está claro é a rapidez com que a tradicional liderança do Banco Central agirá nos dias e semanas seguintes aos novos números da inflação, com o governador Roberto Campos Neto buscando sinais indiscutíveis de expectativas de inflação mais baixas.

Mesmo reconhecendo as melhores perspectivas, os formuladores de política monetária continuam preocupados com as expectativas de inflação superando a meta oficial para este ano de 3,25%, com tolerância de 1,5 ponto percentual.

Um fator nas expectativas sempre altas é a especulação de que a equipe de Lula poderia forçar este mês para mudar seus cronogramas de metas de inflação para justificar cortes imediatos de juros, algo que um grande banco parecia ansioso para desperdiçar no evento desta semana.

Na pesquisa agregada semanal do banco central entre os economistas, o último consenso para a inflação para 2023 é de 5,69%. A agência de estatísticas IBGE divulgará os dados de maio na quarta-feira às 09:00, horário local (12:00 GMT).

Reportagem e votação por Gabriel Buren; Edição por Jonathan Capel e Mark Potter

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