Comissão de Agricultura do Senado brasileiro aprova projeto de lei para redução de terras indígenas

Sonia Guajajara, Ministra Indígena do Brasil, observa durante entrevista coletiva em Boa Vista, estado de Roraima, Brasil, 4 de fevereiro de 2023. REUTERS/Amanda Pirobelli/Foto de arquivo Obtenha direitos de licenciamento

BRASÍLIA (Reuters) – A Comissão de Agricultura do Senado do Brasil votou por 13 votos a 3 nesta quarta-feira para aprovar uma legislação que impediria o reconhecimento de terras indígenas se elas não fossem habitadas até 1988, um projeto de lei apoiado pelos poderosos lobbies agrários do Brasil.

A moção está a ser submetida à Comissão de Constituição e Justiça e poderá ser submetida a votação em plenário já na próxima semana.

A ministra indígena Sonia Guajajara disse que os interesses rurais no Congresso estavam apressando a aprovação do projeto antes que a Suprema Corte do país pudesse decidir se o prazo de 1988 violava a garantia constitucional dos direitos indígenas às suas terras ancestrais.

“Estamos tentando ampliar o debate e instar o Senado a discutir o projeto também nas comissões de direitos humanos e meio ambiente”, disse Guajagara à Reuters.

Os senadores dos estados agrícolas disseram que a legislação era necessária para acabar com as disputas de terras com as comunidades indígenas e proporcionar segurança jurídica aos colonos.

A senadora Soraya Thornik, do estado de Mato Grosso do Sul,

Ele disse que 1,6 milhão de indígenas do Brasil têm 13% das terras do país protegidas como terras protegidas.

“Com tantas terras, por que são tão pobres?” Falando na comissão, ela disse que apoia um projeto de lei que permite, pela primeira vez, a agricultura comercial em áreas indígenas, incluindo o uso de culturas geneticamente modificadas que são atualmente proibidas.

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O projeto de lei aprovado pela Comissão de Agricultura deixaria de reconhecer novas reservas em terras reivindicadas por povos indígenas que não viviam nessas terras na época da constituição do Brasil em 1988.

Guajagara disse que também permitiria o confisco de terras protegidas caso a comunidade indígena perdesse seus traços culturais.

Mais seriamente, disse ela, o projeto permitiria fácil acesso a áreas onde se sabe que tribos isoladas ou de contato recente vivem na Amazônia.

Guajajara espera que o presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva, que criou um ministério para os povos indígenas quando assumiu o cargo em janeiro, vete o projeto se o Congresso o aprovar.

Mas ela não tem certeza se ele está pronto para antagonizar a agricultura e o agronegócio, cujas exportações de alimentos são a força motriz da economia brasileira.

“Eu não sei, realmente”, disse ela.

Reportagem de Anthony Bodel; Edição de Bill Berkrot

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