Redução do déficit comercial da PHL com o Brasil

Nos últimos anos, o Brasil tornou-se um dos maiores fornecedores de diversos produtos cárneos, como suínos e de frango, para países asiáticos, entre eles as Filipinas. Em agosto, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) anunciou sua previsão de que o Brasil enviaria um volume recorde de produtos de carne para as Filipinas este ano. (Veja, “Brasil exporta nível recorde de carne de frango e suína para PHL,” em espelho de negócios, 10 de agosto de 2022). Devido à necessidade do país de aumentar a oferta de carne suína, as importações filipinas de carne suína do Brasil mais que triplicaram no período de janeiro a junho, segundo dados da ABPA.

Além da carne suína, as Filipinas também importam carne de frango, bovina e desossada mecanicamente do país latino-americano. O crescimento da demanda do setor interno de processamento de carne por matérias-primas importadas criou enormes oportunidades de exportação para países como o Brasil, que produzem MDM, que é usado como matéria-prima para a fabricação de alimentos acessíveis, como salsichas fritas. Dado o crescente poder de compra dos filipinos e a economia se recuperando da devastação causada pela pandemia, as compras desses produtos importados de carne continuarão a aumentar nos próximos anos.

Enquanto os embarques de produtos de carne brasileiros estão aumentando, as exportações de produtos agrícolas filipinos para o Brasil caíram no ano passado, de acordo com o Statistics Filipinas. O promotor observou que coco ralado, água de coco e concentrados, óleo de coco virgem e frações de óleo de coco não refinado estão entre os 10 principais produtos filipinos exportados para o Brasil.

Dados da PSA mostraram que o valor das exportações totais de produtos de coco das Filipinas para o Brasil no ano passado caiu 30% em relação ao ano anterior, para US$ 5,041 milhões. Em termos de volume, os embarques de derivados de coco para o Brasil caíram 46,27%, para 2,224 milhões de quilos, de 4,14 milhões de quilos em 2020. Isso contribuiu para o aumento do déficit comercial do país, que atingiu US$ 43,22 bilhões em 2021, alta de 75%. US$ 24,59 bilhões foram registrados no ano anterior.

Diante da ampliação das relações comerciais entre as Filipinas e o Brasil, Manila espera que Brasília considere a redução de tarifas sobre os produtos derivados do coco. (Veja, “PHL pede ao Brasil para cortar tarifas sobre produtos de coco,” em espelho de negócios, 12 de dezembro de 2022). De acordo com o Ministério da Agricultura, Brasília impõe uma tarifa de 55% sobre os cocos filipinos e produtos derivados do coco. A tarifa por si só dissuadiria qualquer comerciante local de considerar o Brasil como um mercado potencial para produtos derivados do coco.

Os altos custos de transporte e produção dificultam a competitividade dos produtores locais de coco no mercado internacional. Seria bom que Brasília considerasse o pedido do governo filipino para reduzir as altas tarifas que continua a impor aos cocos filipinos e produtos derivados do coco. Além de expandir o comércio bilateral entre o Brasil e as Filipinas, os impostos mais baixos sobre os produtos de coco devem encorajar os comerciantes filipinos a aumentar suas compras de copra dos mais de três milhões de produtores de coco no país.

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