O povo do Brasil está pagando o preço da energia hidrelétrica na Amazônia | notícias | negócio ambiental

As águas do rio Xingu abaixo da hidrelétrica de Belo Monte, na Amazônia brasileira, foram usadas para inundar as ilhas florestais do rio durante a estação chuvosa, permitindo que os peixes deslizassem entre as árvores e se desmanchassem nas frutas caídas.

Mas desde que a polêmica barragem foi inaugurada há seis anos, as florestas não estão mais fluindo constantemente, e os peixes perderam um local de alimentação e reprodução, dizem os moradores.

“Hoje, todas essas frutas caem em terra, então os peixes não conseguem comida”, disse Josel Pereira, um indígena Gorona da aldeia de Morato, estado da Barra.

Durante a estação seca, a barragem às vezes libera muita água de uma só vez, inundando praias de areia e destruindo os ninhos onde as tartarugas colocam seus ovos há muito tempo, disse Pereira, que ajuda os cientistas a entender os impactos ambientais da construção da barragem.

“Foi difícil para nós sobreviver após o desenvolvimento da barragem de Belo Monte”, disse ele em entrevista. “Isso teve um enorme impacto em nossa alimentação e em nossa fonte de renda.”

O Complexo Hidrelétrico de Belo Monte, orçado em R$ 40 bilhões (US$ 7,6 bilhões), a quarta maior hidrelétrica do mundo, estima-se que custe uma grande barragem chamada Pimental e o Reservatório de Belo Monte.

Não é verdade que a energia da barragem de Belo Monte seja limpa. Os brasileiros pagam menos pela energia hidrelétrica, mas os custos aqui recaem sobre os moradores de Volta Grande.

Marielle Nekan, Economista, Instituto Socioambiental

Ao aproveitar as águas do rio Xingu, a barragem produziu cerca de 5% da eletricidade total do Brasil no ano passado, de acordo com sua operadora Norte Energia.

READ  O terceiro quarto de Amarillo foi marcado pelo sucesso da exploração

Cientistas e moradores alertam que o enorme complexo de barragens, fortemente combatido por muitos grupos indígenas amazônicos, também está mudando os antigos padrões de subida e descida sazonais da água a jusante, perturbando o equilíbrio da natureza e a vida das pessoas que dependem dela. .

Pedro Viana, 51, disse sentado na proa de um barco, traçando uma rede de pesca na curva repentina do rio Zingo conhecida como Volta Grande, ou “Grande Curva”, um trecho de 130 quilômetros (80 milhas) do rio a jusante de Belo. Monty.

“Agora tenho que viver vendendo farina (farinha de mandioca) e banana”, disse Viana, membro da comunidade indígena local de Gurona.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *