O banco central do Brasil está cortando as taxas de juros e é provável que mais venham

Vista geral do prédio da sede do Banco Central em Brasília, Brasil, em 14 de fevereiro de 2023. REUTERS/Adriano Machado/Foto de arquivo

BRASÍLIA (Reuters) – O banco central do Brasil cortou sua taxa básica de juros em 50 pontos base na quarta-feira pela terceira vez consecutiva e novamente sinalizou mais do mesmo em suas próximas reuniões, mas também apontou para um cenário externo “negativo” para as economias emergentes.

O comité de fixação da taxa de juro do banco, conhecido como Cobom, baixou por unanimidade a taxa de juro de referência do Selikbank para 12,25 por cento, uma medida esperada por todos os 40 economistas consultados pela Reuters.

O banco central afirmou em seu comunicado: “Se o cenário se desenvolver conforme o esperado, os membros do comitê esperam, por unanimidade, mais cortes do mesmo tamanho nas próximas reuniões e acreditam que esse ritmo é apropriado para manter a política monetária contracionista necessária ao processo”. de reduzir a inflação.” Declaração de decisão.

No entanto, apesar das suas expectativas de manter o ritmo dos cortes nas taxas de juro, o banco citou uma perspectiva global “negativa” que “exige cautela na gestão da política monetária”.

A perspectiva de taxas de juro de longo prazo mais elevadas nos EUA restringiu a liquidez global e fortaleceu o valor do dólar, aumentando as pressões inflacionistas em mercados emergentes como o Brasil.

“Apesar da expectativa de próximos passos de 50 pontos base, parece haver menos clareza e confiança em relação à extensão geral do ciclo”, disse Daniel Cunha, estrategista-chefe da corretora BGC Liquidez.

Na sua declaração, o banco central também destacou o aumento contínuo da inflação subjacente em muitos países, juntamente com as tensões geopolíticas emergentes na sequência da eclosão do conflito israelo-palestiniano.

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A extensão do ciclo de facilitação

Os decisores políticos reiteraram que a extensão global do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá de uma série de factores, incluindo a dinâmica da inflação e do hiato do produto, sublinhando a necessidade de manter uma política restritiva até que o processo de desinflação se consolide e as expectativas de inflação atinjam as metas.

A incerteza sobre o cenário global e as preocupações com o compromisso do presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva com a disciplina fiscal já levaram economistas consultados pelo banco central a reverem as suas estimativas do ciclo de flexibilização, e esperam que as taxas de juro terminem em 2024 em 9,25 por cento. acima de 9 em The cem. antes.

Na semana passada, Lula disse que o seu governo não precisava de eliminar o défice orçamental primário no próximo ano, como já tinha sugerido ao Congresso no âmbito das novas regras fiscais, dada a importância do financiamento público para projectos prioritários e investimentos em construção.

Seus comentários agitaram os mercados locais e reacenderam as preocupações sobre um aumento maior do que o esperado na dívida pública do Brasil.

O banco central, que já citava a falta de confiança do mercado nas metas fiscais do governo como uma das razões pelas quais as expectativas de inflação a longo prazo não estavam próximas da meta, reiterou na sua declaração a importância de “perseguir agressivamente” as metas fiscais.

Os decisores políticos reviram a sua previsão de inflação para 4,7% para este ano, abaixo dos 5% anteriores, e situam-se agora dentro da meta oficial de 3,25%, com uma tolerância de 1,5 pontos percentuais em qualquer direção.

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Entretanto, as expectativas de inflação para 2024 e 2025 subiram para 3,6% e 3,2%, de 3,5% e 3,1%, respetivamente. A meta de inflação para o próximo ano e além é de 3%, com o mesmo período de tolerância.



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