Lula coloca a economia do Brasil de volta aos trilhos no primeiro ano de sua presidência

No ano desde que o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva voltou ao cargo, ele supervisionou uma redução no desmatamento da Amazônia e alguns ganhos na frente econômica.

No entanto, novos desafios ambientais e financeiros surgem para o líder de 78 anos da maior economia da América Latina.

O veterano esquerdista Lula conquistou por pouco a presidência sobre seu antecessor de extrema direita, Jair Bolsonaro, em eleições amargas que dividiram profundamente o Brasil e não lhe deixaram um período de lua de mel no início de seu terceiro mandato.

Uma semana depois de ele tomar posse, milhares de apoiadores de Bolsonaro invadiram prédios do governo na capital em tumultos que eclodiram em 8 de janeiro.

“Lula tem de enfrentar mais desafios do que durante os seus mandatos anteriores. Ele não teve período de carência e enfrentou um parlamento hostil dominado pela direita”, disse André Rosa, professor de ciência política na Universidade de Brasília.

No entanto, conseguiu implementar grandes programas de assistência social e a economia teve um desempenho melhor do que o esperado.

“Estamos nos aproximando do final do ano em uma posição muito boa, diria até excepcional, quando conhecemos o estado em que nos encontramos o país”, disse Lula após sua última reunião de gabinete de 2023.

Obstáculo económico

A taxa de inflação do Brasil continuou a diminuir e Lula – após meses de confronto com o banco central – conseguiu obter quatro cortes sucessivos nas taxas de juros.

O governo estima um crescimento de 3% em 2023, depois de a economia ter tido um desempenho melhor do que o esperado nos primeiros três trimestres e de os números do desemprego estarem nos níveis mais baixos desde 2015.

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O final do ano foi marcado pela adopção pelo Parlamento de uma ampla reforma do sistema fiscal que a comunidade empresarial tem vindo a exigir há mais de três décadas.

A agência de classificação de crédito Standard & Poor's saudou esta reforma, elevando a classificação do Brasil de BB- para BB, depois que a agência Fitch o fez em julho.

No entanto, alguns economistas alertam que o governo poderá enfrentar dificuldades para equilibrar as finanças públicas em 2024, quando se espera que o crescimento desacelere.

Paradoxo ambiental

Um dos desafios mais proeminentes que o Brasil enfrenta tem sido a devastação da região amazônica, e o desmatamento caiu pela metade entre janeiro e novembro em comparação com o mesmo período de 2022.

Um factor foi o “aumento dos controlos” por parte do IBAMA, a principal agência ambiental do governo que sofreu severos cortes orçamentais e de pessoal sob Bolsonaro, disse Solly Araujo, especialista sénior do Observatório Brasileiro do Clima.

O governo também aprovou oito novas reservas locais, que os cientistas consideram defesas essenciais contra a desflorestação.

Mas a boa notícia para as florestas tropicais – cujas árvores sugadoras de carbono são um componente-chave da corrida climática – foi compensada pelo desmatamento recorde em novembro na savana do Cerrado, uma região de biodiversidade localizada abaixo do rio Amazonas que foi atingida por um recente um pouco de água limpa. – Corte, especialmente para agricultura.

O governo Lula também enfrentou críticas sobre os projetos de exploração de petróleo perto da foz do Rio Amazonas e o seu anúncio, no meio das negociações climáticas globais, de que planeia aderir à OPEP+, uma expansão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).

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“Ser um líder climático e aderir à OPEP+ são incompatíveis”, disse Araujo.

Lula visitou os Estados Unidos e a China, participou da cúpula do BRICS na África do Sul e da reunião do G7 no Japão, juntamente com as negociações climáticas da COP28 em Dubai, para demonstrar o retorno do Brasil ao cenário internacional depois que as relações se deterioraram sob Bolsonaro.

Embora o professor de ciências políticas Rosa tenha dito que as relações exteriores melhoraram, Lula também causou consternação com a sua posição sobre o conflito na Ucrânia, onde afirma que Kiev e Moscovo são igualmente responsáveis ​​pela guerra.

Lula também acusou Israel de cometer “o equivalente ao terrorismo” em Gaza ao matar mulheres e crianças inocentes na sua guerra contra o Hamas.

Em 2024, os especialistas esperam que ele se concentre mais na política interna e no aumento da criminalidade antes das eleições municipais de outubro.

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