Economia brasileira desacelera, mas volta a superar expectativas no 2º trimestre – Revista Digital

Pescadores patrulham as águas da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, Brasil – Copyright AFP/Arquivo Carl de Souza

O crescimento económico do Brasil desacelerou para 0,9 por cento no segundo trimestre, disseram autoridades na sexta-feira, mas superou novamente as expectativas, num novo impulso para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Embora a maior economia da América Latina ainda esteja longe do dínamo que era quando Lula liderou o Brasil pela primeira vez na década de 2000, alcançou agora um crescimento melhor do que o esperado durante dois trimestres consecutivos desde que o veterano esquerdista regressou ao cargo para um terceiro mandato em Janeiro.

Analistas consultados pelo diário económico Valor esperavam um crescimento de apenas 0,3 por cento para o período de Abril a Junho.

A economia do Brasil também superou as expectativas no primeiro trimestre, quando cresceu 1,8 por cento – revisado para baixo na sexta-feira a partir do valor inicialmente divulgado de 1,9 por cento.

“O número de crescimento do PIB brasileiro que é muito mais rápido do que o esperado no segundo trimestre…sugere que a economia está com uma saúde mais forte do que muitos – inclusive nós – pensávamos”, disse William Jackson, economista-chefe de mercados emergentes da consultoria Capital Economics.

“Acreditamos que o crescimento será mais fraco durante o segundo semestre do ano… mas pensamos que a desaceleração (no segundo trimestre) seria muito mais pronunciada”, disse ele em nota.

A procura interna liderou o crescimento, com uma expansão de 0,9 por cento nas despesas das famílias, de acordo com os últimos dados do PIB do Instituto Nacional de Estatística.

“Esse aumento se deve, sem dúvida, ao aumento do rendimento médio real, que vem subindo devido ao controle da inflação e às medidas tomadas pelo governo Lula para aumentar a demanda”, afirmou em nota o economista André Perfetto.

Ao mesmo tempo, os gastos do governo aumentaram 0,7%.

O sector industrial registou um crescimento de 0,9 por cento, graças em grande parte à indústria mineira, e o sector dos serviços registou um crescimento de 0,6 por cento.

Entretanto, o principal sector do agronegócio, que liderou o crescimento no primeiro trimestre graças a uma colheita abundante, contraiu 0,9 por cento.

– Melhorar as previsões –

Lula, que já liderou o Brasil de 2003 a 2010, voltou ao cargo em 1º de janeiro, depois de derrotar o presidente de extrema direita Jair Bolsonaro em uma eleição disputada no ano passado.

Ele e o ministro das Finanças, Fernando Haddad, estão a pressionar agressivamente para estimular a economia, revelando um enorme programa de investimento em infra-estruturas de 1,7 biliões de riais (340 mil milhões de dólares) no mês passado e emitindo novas regras orçamentais através do Congresso que substituíram os rígidos limites de gastos do governo por uma dívida mais flexível. – Corte de metas.

Ao mesmo tempo, Lula, 77 anos, tem criticado regularmente o banco central por manter as taxas de juro elevadas, o que, segundo ele, prejudica o crescimento económico, dado que a taxa de inflação anual caiu de dois dígitos no ano passado para 3,99 por cento – dentro da meta do banco. gamas.

Depois de meses de ataques de Lula sobre taxas de juros “irracionais”, o banco central cortou no mês passado a taxa de juros em meio ponto percentual a mais do que o esperado, para 13,25 por cento, citando a baixa inflação.

Ela disse que espera que mais cortes venham.

“Vale ressaltar que os cortes nas taxas de juros ocorreram no terceiro trimestre e seus efeitos continuarão a ser sentidos durante o resto do ano”, disse Perfeto.

Ele elevou sua previsão para o crescimento econômico do Brasil em 2023 de 2,5% para 3%. A Capital Economics elevou sua previsão de crescimento de 2,3% para 3,5%.

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