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O Brasil, maior fornecedor mundial de soja, ultrapassou o rival Estados Unidos como o exportador mais competitivo de oleaginosas para o maior importador da China, disse nesta quinta-feira o chefe da empresa ferroviária Romo.
João de Abreu, presidente da Romo, observou que o custo em dólar por tonelada no Brasil para o envio de soja para a China foi inferior ao custo dos Estados Unidos no primeiro semestre deste ano.
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“O Brasil se tornou mais competitivo que os Estados Unidos no transporte de produtos agrícolas para seus destinos”, disse durante evento em São Paulo. “Estou falando principalmente da China, o maior mercado do Brasil.”
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A Rumo é uma empresa líder em trens e opera o maior terminal de grãos da América Latina em Rondonópolis, sul do estado de Mato Grosso, no coração do país agrícola brasileiro.
Embora tenha reiterado os planos de adicionar mais recursos logísticos em breve, Abreu disse que o país não pode deixar de investir para manter sua vantagem competitiva.
“Vamos começar (a construção) de uma ferrovia atendendo o norte de Mato Grosso, que responde por 40% das exportações de grãos do Brasil”, disse ele, acrescentando que o estado tem apenas 300 quilômetros de ferrovias.
O projeto Romo adicionará mais 700 quilômetros até lá, conectando agricultores em partes remotas do estado.
Nos últimos anos, o Brasil avançou na melhoria de sua infraestrutura nacional, embora a maior parte de sua carga ainda seja transportada por caminhões.
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Um grande desenvolvimento envolveu o transporte de mais grãos pelos portos do norte, um processo que exigia o uso de barcaças, com o Brasil aproveitando suas abundantes hidrovias amazônicas para transportar produtos.
Isso se tornou uma alternativa competitiva em relação à dependência apenas dos portos do sul, como Santos e Paranaguá.
Por exemplo, a norte-americana Cargill opera dois centros de transbordo no norte, um em Miritituba, no rio Tapajós, e outro em Porto Velho, no rio Madeira.
“O Brasil está entre os países líderes em produtividade, mas (agora) também em logística”, disse Abreu. “Ignorar os Estados Unidos é muito importante”, disse ele, enfatizando os grandes investimentos nos últimos anos. (Reportagem de Roberto Samora; redação de Ana Mano; edição de Sandra Mahler)