Brasil revela maior alta de juros em quase 20 anos

O Banco Central do Brasil anunciou seu maior aumento da taxa de juros desde 2002, intensificando a luta contra a inflação de dois dígitos, já que os investidores temem gastos excessivos do governo antes das eleições.

O país mais populoso da América Latina está passando por alguns dos aumentos de preços mais acentuados entre as principais economias, impulsionados por fatores como o aumento dos custos dos combustíveis, uma taxa de câmbio fraca e uma seca que levou ao aumento das contas de energia.

O Banco Central do Brasil, ou BCB, assumiu uma postura agressiva e na quarta-feira acelerou o ritmo de aperto.

O Comitê de Política Monetária decidiu por unanimidade a favor de um salto de 150 pontos base, acima dos aumentos de 100 pontos base nas duas reuniões anteriores, elevando a taxa de referência para 7,75%.

O banco central do Brasil disse que espera um ajuste do mesmo tamanho em sua próxima reunião. O banco central elevou as taxas de juros seis vezes até agora este ano.

A pressão vem aumentando por uma resposta mais agressiva após a turbulência nos mercados financeiros devido às crescentes preocupações com a disciplina fiscal do Brasil.

O esforço do presidente Jair Bolsonaro para expandir os pagamentos de assistência social aos pobres, enquanto se prepara para a reeleição no próximo ano, alimentou temores de que gastos adicionais do governo alimentarão a inflação.

Tanto o índice de ações quanto a taxa de câmbio caíram na semana passada depois que surgiu que Brasília tentaria contornar um teto constitucional para financiar o programa de benefícios.

O chamado “teto” fiscal limita os aumentos orçamentários em linha com a inflação e é considerado um dos pilares da credibilidade econômica do país.

“A recente pergunta sobre o quadro fiscal aumentou os riscos de retrocesso nas expectativas de inflação”, disse o Banco Central do Brasil em comunicado.

Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, disse acreditar que segmentos do mercado ficarão “insatisfeitos” com o resultado.

Acrescentou: “Você pensaria que não foi um aumento suficiente para responder à deterioração do lado financeiro que ocorreu recentemente, bem como às pressões inflacionárias, que mostraram que são cada vez mais permanentes e persistentes”.

Antes do evento, Alberto Ramos, economista do Goldman Sachs, disse que a “resposta ousada da política monetária no curto prazo [was] Garantido”.

Não só pela deterioração das perspectivas de inflação para 2022 e pelo balanço geral de riscos em torno dela, mas também porque . . O efeito prejudicial das flutuações financeiras em curso”, escreveu ele.

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil, deve pesar esses riscos contra o potencial efeito amortecedor de taxas mais altas sobre a atividade econômica.

Seguindo os cortes generalizados nas previsões de crescimento econômico para 2022, o maior banco do Brasil, o Itao, previu esta semana que o Produto Interno Bruto (PIB) encolherá 0,5% no próximo ano.

Os preços ao consumidor no Brasil aumentaram 10,3 por cento Nos doze meses até o início de outubro, foi mais do que os analistas esperavam e bem acima da meta anual de 3,75% para 2021. Entre os países do G-20, apenas Argentina e Turquia apresentaram taxas de inflação mais altas, De acordo com dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.

“É muito difícil dizer que ela atingiu seu clímax ainda [currency] “Vimos uma desvalorização da moeda na semana passada e esperamos que continue no curto prazo”, disse Solange Srour, economista-chefe do Credit Suisse no Brasil.

A Câmara dos Deputados do Brasil deve votar na quarta-feira um projeto de lei que aumentaria o teto fiscal e atrasaria o pagamento de algumas dívidas públicas ordenadas pelo tribunal, potencialmente liberando cerca de R$ 80 bilhões a mais para o orçamento do próximo ano. .

Reportagem adicional da Polícia Carolina em São Paulo

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