Brasil e Egito assinam acordos de agricultura, ciência e tecnologia – Eurasia Review

Escrito por Andrea Verdiglio

Os governos do Brasil e do Egito assinaram na quinta-feira acordos bilaterais para facilitar as exportações de carne e ampliar a cooperação em ciência e tecnologia. Os acordos foram assinados durante a visita oficial do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, ao país africano, quando também propôs elevar as relações entre os dois países ao nível de uma parceria estratégica.

Falando à imprensa após reunião com o presidente egípcio Abdel Fattah El-Sisi, o presidente Lula observou que o Brasil e o Egito desempenham um papel importante em seus continentes e, portanto, não podem ter relações fracas. “A nossa relação deve ser realmente forte, realmente excelente, e incluir todas as atividades possíveis – da agricultura à defesa, da economia à ciência e tecnologia, da nossa relação comum à tentativa de democratizar o trabalho das Nações Unidas, também no campo da educação e no campo da cultura.”

Angola e África do Sul são os dois países africanos com os quais o Brasil mantém uma parceria estratégica – uma relação bilateral profunda e de longo prazo com cooperação em áreas de interesse e alinhamento político em questões internacionais.

Este ano, o Egito tornou-se membro dos BRICS, bloco que inclui economias emergentes como Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Argentina e Irão. O país africano também irá integrar o G20 a convite do governo brasileiro, que até dezembro preside o bloco das 20 maiores economias do mundo.

“Somos dois grandes países em desenvolvimento comprometidos em promover o desenvolvimento econômico e social como pilares da paz e da segurança. Combatemos todas as manifestações de racismo, xenofobia, islamofobia e antissemitismo”, observou o presidente Lula. O Brasil mais uma vez apoiou a iniciativa egípcia de criar uma zona livre de armas no Médio Oriente, nos moldes da Encontrada na América Latina.

Ele acrescentou: “No grupo BRICS, trabalharemos juntos para reformar a ordem global e construir a paz, especialmente num momento em que as pressões protecionistas e os conflitos que punem os países mais pobres estão reemergindo”, apelando a uma discussão sobre a dívida externa. dos países africanos.

A visita ao Cairo também comemora os 100 anos das relações diplomáticas entre Brasil e Egito. O Egito é atualmente o segundo maior parceiro comercial do Brasil na África, depois da Argélia.

Em 2023, o volume do comércio bilateral entre os dois países atingiu US$ 2,8 bilhões, incluindo US$ 489 milhões de produtos egípcios importados pelo Brasil e US$ 1,83 bilhão de produtos brasileiros exportados. No caso da Argélia, a balança comercial atingiu 4,2 mil milhões de dólares no ano passado.

O governo brasileiro espera que o comércio entre os dois países aumente nos próximos anos, após a abertura do mercado egípcio a diversos produtos brasileiros em 2023, incluindo peixes e produtos pesqueiros, aves, algodão, banana, gelatina e colágeno. O Brasil também está negociando o licenciamento de novos frigoríficos e frigoríficos no Brasil para exportar carne bovina.

Durante a reunião, Lula também propôs a negociação de um acordo de cooperação e facilitação de investimentos para promover a integração empresarial. Também foi discutida a abertura de uma linha aérea ligando São Paulo ao Cairo.

exportações

Entre os documentos oficiais, foi assinado um protocolo para exportação de carnes e derivados do Brasil para o Egito entre o Ministério da Agricultura e Recuperação de Terras do país africano e o Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil. Segundo o governo, a medida “garante a segurança alimentar e padrões de qualidade rigorosos e elimina as restrições burocráticas à exportação de carne bovina, suína e de aves”.

O Egito é um dos seis maiores importadores de carne bovina brasileira do mundo e também um dos maiores importadores de aves.

O protocolo cria um equivalente para sistemas de inspeção de carnes, também conhecido como pré-listagem. Reflete o alto grau de confiança na vigilância sanitária brasileira, especialmente no Serviço de Inspeção Federal, que passou a ser reconhecido por mais de 150 países importadores.

Antes deste acordo, a renovação das licenças de exportação para instituições brasileiras exigia auditorias diretas por parte das autoridades egípcias. Esta medida incluía custos elevados para os exportadores, esgotava os auditores e limitava o número de empresas autorizadas a exportar.

Cerca de 30 instituições brasileiras estão na lista de espera pela licença desde 2019. Agora, as empresas brasileiras certificadas serão automaticamente reconhecidas pelo Egito, que tem o direito de visitar as instituições sempre que julgar apropriado para verificar o cumprimento.

Ciência e Tecnologia

Durante a visita do Presidente Lula, também foi assinado um memorando para fortalecer a parceria, a cooperação e a pesquisa em ciência, tecnologia e inovação entre os dois países. O documento é entre o Ministério do Ensino Superior e Pesquisa Científica do Egito e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil.

O texto visa incentivar a cooperação entre empresas, universidades e institutos de investigação, incluindo projetos conjuntos de investigação, desenvolvimento e inovação, intercâmbio de pessoal e seminários.

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