ABTP do Brasil renova denúncia de que Maersk e MSC dominam o mercado

A Associação dos Portos apresenta uma reclamação regulatória antes da privatização pendente do porto de Santos

Privatização do porto do Brasil
Maersk e MSC estão operando em conjunto um terminal em Santos enquanto buscam expandir suas operações portuárias (APM)

Postado em 9 de novembro de 2022 16:58 por

Executivo Marítimo

As empresas brasileiras estão bloqueando os esforços da Maersk e da MSC para expandir suas operações de terminal e logística, incluindo mais aquisições no Brasil. Em sua última ação, a Associação Brasileira de Portos (ABTP) entrou com um pedido há 10 dias junto aos reguladores pedindo uma investigação sobre as práticas comerciais das duas gigantes do transporte de contêineres.


“Decidimos solicitar uma investigação sobre a MSC e a Maersk por suspeita de estarem abusando de seu domínio no transporte marítimo de contêineres em favor de seus terminais de contêineres ao longo da costa, o que está aumentando os custos e reduzindo as opções de fluxo de carga no Brasil”, disse o presidente da ABTP, Jesualdo. Conceição da Silva disse à BNamericas. A associação comercial, que diz representar 72 empresas que operam em mais de 233 terminais no Brasil, acusa a Maersk e a MSC de “práticas anticompetitivas”, dizendo que favorecem os terminais em que operam pelo volume de contêineres que aumenta os custos dos embarcadores e supera os menores -concorrentes de custo.


A Maersk e a MSC negaram repetidamente as acusações, dizendo que a maior parte de seu volume de contêineres é tratada por operadores independentes. Ambas as empresas argumentam que o espaço é limitado e que as operações do terminal precisam ser ampliadas para acompanhar o fluxo de mercadorias.


A Federação do Comércio busca chamar a atenção para seu pedido legal para investigar o impacto das práticas comerciais das duas empresas de transporte de contêineres na economia do país. O pedido foi apresentado ao Conselho de Defesa Econômica e Administrativa (CADE), órgão governamental que fiscaliza e regula a concorrência e o comércio no Brasil.


Em 2021, a associação comercial disse que a Maersk e a MSC combinadas foram responsáveis ​​por mais da metade do tráfego de contêineres na costa brasileira. Além disso, por meio de acordos comerciais, confirmaram que as duas empresas controlam até três quartos de todos os movimentos de contêineres de e para os portos brasileiros. Por meio de suas duas empresas de terminais, Maersk e MSC operam atualmente sete das 19 estações base no Brasil. A Maersk também ganhou recentemente os direitos de um terminal de oito terminais localizado no porto de Suape, como parte da privatização das operações portuárias em andamento no Brasil.


As acusações da ABTP não são novas porque a associação Mesmas acusações de antes Como parte de seus esforços para impedir que a Maersk e a MSC licitassem a privatização do porto de Santos. O governo divulgou na primavera os termos da proposta de privatização do terminal STS10 em Santos, dizendo que a operação continuaria no final de 2022. A APM Terminals opera há quase uma década em Santos com a atual joint venture com a subsidiária MSC TIL que opera o Brasil Terminal Portuário localizado na margem de Santos, com direito ao porto de Santos. Atualmente, o terminal tem capacidade para movimentar 1,5 milhão de TEUs.


Organizações comerciais já tentaram impedir ou limitar a participação da Maersk e da MSC na próxima privatização. Mas Kidd decidiu há vários meses que a integração vertical dos armadores com os terminais portuários não prejudicou a concorrência. A ABPT ameaçou em julho levar o caso à Justiça.


As recentes eleições brasileiras podem complicar ainda mais as coisas. O governo do presidente brasileiro Jair Bolsonaro vem pressionando agressivamente a privatização em um esforço para arrecadar fundos muito necessários. Bolsonaro perdeu sua candidatura à reeleição há 10 dias para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deve iniciar seu terceiro mandato em 1º de janeiro de 2023. É incerto se o governo cessante tentará avançar nos esforços de privatização antes de deixar o cargo. E como a nova gestão lidará com as vendas após assumir o cargo.

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