A espuma do café atingiu novos patamares com a geada brasileira sobre as lavouras

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Londres (AFP)

Os preços do café subiram esta semana para máximos de vários anos, estendendo ganhos estelares este ano depois que a geada prejudicou as safras do Brasil, o maior produtor mundial.

O preço do café arábica futuro, uma das maiores exportações de commodities do país na América do Sul, subiu na sexta-feira para pouco mais de US $ 2 o quilo, o maior nível desde 2014.

A commodity subiu 60 por cento desde janeiro.

O café Robusta de baixa qualidade, cultivado principalmente na Ásia, saltou para um pico em outubro de 2017 de US $ 1.993 a tonelada, atingindo ganhos de quase 40% até agora neste ano.

“Vários motivos explicam os ganhos astronômicos nos preços do café”, disse Carlos Mera, analista do Rabobank, à AFP, citando o clima devastador no Brasil.

Mira também culpou os altos custos de transporte e a turbulência política na Colômbia, o terceiro produtor.

O Brasil sofreu uma seca histórica no início deste ano.

Os danos causados ​​pelas geadas desta semana ocorreram em grandes fazendas de Minas Gerais – um estado do interior do sudeste que produz 70 por cento dos grãos de Arábica do país.

As temperaturas abaixo de zero “fazem com que as colheitas desfolhem e até matem as plantas jovens”, o que é crucial para as colheitas futuras, disse Mira.

Arábica também é severamente afetado porque a safra tem um ciclo de planta bienal, onde a produção de baixo rendimento de um ano é seguida por uma produção abundante no ano seguinte.

– Crise de preços prolongada –

Jack Scoville, analista do Price Futures Group, acrescentou na sexta-feira que o mercado subiu “em meio a temperaturas congelantes nas áreas agrícolas brasileiras na noite passada”.

“Temperaturas congelantes foram relatadas na maioria das áreas de Minas Gerais e Paraná e também em São Paulo.

“Ainda não se sabe a extensão dos danos, mas … grande parte do policial ficou ferido.

“É época de floração para a próxima safra e as flores congelaram e as árvores vão cair”, acrescentou, observando que o clima agora está mais quente.

Enquanto isso, a demanda global por café está aumentando este ano, à medida que as economias globais reabrem após as interrupções fatais causadas pelo coronavírus.

Isso levou a um aumento da demanda por Arábica, que tende a ser usado em cafés e restaurantes, ao contrário do Robusta de qualidade inferior, que é preferido para fazer grânulos de café instantâneo.

Embora as condições estejam maduras para preços mais altos, o economista de commodities Philippe Chalmin explicou que o custo do café tem sido particularmente baixo nos últimos anos, observando que meio quilo de Arábica custava mais de US $ 3 em maio de 2011.

“Os produtores de café passaram por uma longa crise de preços”, disse à AFP Valeria Rodriguez, chefe de defesa e participação pública da associação de comércio justo Max Havelaar.

“Nos últimos quatro ou cinco anos, a maioria deles tem trabalhado com prejuízo”, disse ela à AFP.

“Se a safra for menor, significa que há cafeicultores em algum lugar do Brasil que não terão café para vender e, portanto, não terão renda”, alertou.

– Impacto moderado nos consumidores –

Mira vê os preços mais altos sendo repassados ​​aos consumidores “mas lentamente”.

“Os torrefadores usam o mercado futuro para se proteger contra aumentos de preços vendidos, então normalmente leva de três a nove meses para ver os efeitos no varejo”, explicou.

“Até lá, os aumentos no varejo são bem mais moderados”, afirmou, com outros componentes como transporte, embalagem e marketing contribuindo para o preço no varejo.

“O café moído é vendido em média a 15 euros o quilo e o café em cápsulas a 45 euros o quilo ou mais”, disse Rodriguez.

Isso é muito diferente do preço atual do café arábica, que é pouco menos de quatro euros o quilo.

Na França, o preço do café vendido em supermercados mudou muito pouco nos últimos meses e ainda está próximo do preço de referência de 2015, segundo dados publicados pela Agência Nacional de Estatística.

A atual alta dos preços do café também faz parte de um contexto mais amplo de inflação dos custos das matérias-primas, sejam agrícolas ou industriais – com recordes esmagadores tanto do cobre quanto do estanho nas últimas semanas.

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