Um filme afro-brasileiro será o centro das atenções no Simpósio Opperman Humanities 2023

Os eventos do simpósio podem ser encontrados no FilmScene, no Stanley Museum of Art e no Becker Communication Studies Building, de 30 de março a 1º de abril.

Foto contribuída por Christopher Harris


“Espere o inesperado”, disse Chris Lira, professor da Universidade da Geórgia, do Simpósio Opperman Humanities, “Frequências: Cinema Afro-Brasileiro Contemporâneo e a Diáspora Negra”, que acontecerá de 30 de março a 1º de abril.

O simpósio contará com cineastas, tradutores e estudiosos de cinema afro-brasileiros por meio de uma série de exibições de filmes, palestras e intervenções com artistas. Os eventos serão realizados no FilmScene em Chauncey, no Stanley Museum of Art e no Communications Studies Building em Baker. Algumas das exposições permanecerão em exibição em Stanley até agosto.

“Frequências” foi proposta pela primeira vez em 2019 por Christopher Harris, professor de artes cinematográficas da Universidade de Iowa, após participar de um festival de cinema no Brasil com Janina Oliveira, do Instituto Federal do Rio de Janeiro. A partir daí a ideia decolou e ele, Oliveira e Lira trabalharam juntos para realizar o simpósio.

Harris disse que o simpósio representa uma oportunidade emocionante. Ele destacou que o festival de cinema que participou no Brasil foi uma experiência interessante. Retornou ao Brasil um ano depois, ainda fascinado pelo cinema experimental que viu.

“Há muitas semelhanças entre o Brasil e os Estados Unidos”, disse Harris. “E foi aí que realmente comecei a pensar: 'Ok, quero ter essa conversa aqui na Universidade de Iowa por meio de filme'.

Harris começou a elaborar os detalhes do evento e iniciou os preparativos. Com a ajuda de Oliveira e Lira, que na época trabalhavam na UI, os três começaram a se comunicar com cineastas brasileiros. Embora o Simpósio Opperman Humanities não seja realizado desde 2019 devido à pandemia de COVID-19, ele retornará este ano.

“Essas pessoas que estão surgindo são pensadores muito interessantes para mim”, disse Harris. “Eles são algumas das pessoas mais interessantes que conheço.”

O evento contará com uma variedade de cineastas falando em diferentes estilos sobre diferentes tópicos. Harris explicou que, se não fosse codiretor do evento, este seria exatamente o tipo de simpósio do qual ele gostaria de participar, dada a sua natureza imprevisível e o novo e excitante cinema afro-brasileiro que seria discutido.

“Haverá muitas coisas que nem posso prever que surgirão disso, como novas conexões e ideias que surgirão”, disse Harris. “Ele foi projetado para provocar esse tipo de reação e a pergunta imprevisível: que tipo de novas ideias serão despertadas?”

O simpósio tem como objetivo estimular conversas sobre cinema e cultura, disse Lira, e fará isso por meio de um estilo conversacional chamado intervenções – conversas que os estudiosos apresentam de maneiras não convencionais, como a performance.

“Não é um simpósio no sentido tradicional”, disse Lira. “Se eu tivesse que dizer algo ao público, diria apenas: venha preparado para vivenciar um tipo diferente de seminário.”

Muitas das conversas levantadas durante o simpósio podem ser úteis, mas também podem ser difíceis e desconfortáveis, disse Lira.

“Quando pensamos em questões sobre racismo e racismo estrutural e coisas assim, são necessárias conversas difíceis e, às vezes, as pessoas tendem a evitar temas como esse”, disse Lira.

O seminário utiliza a arte para trazer essas conversas à tona de uma forma mais descontraída e torná-las partes ativas da conversa. Nessas conversas, Lyra incentiva a ser uma ouvinte empática, afastando-se do centro, tentando compreender e fazendo perguntas.

“Queremos convidar essas conversas”, disse Lira. “É uma oportunidade de aprender, ampliar horizontes e fazer conexões.”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *