Surfe faz sua estreia nos tão esperados Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 | Notícias dos Jogos Olímpicos

Sob um céu azul e um sol escaldante, o surf fez sua estreia olímpica no domingo, mais de um século depois que Duke Kahanamoku, do Havaí, fez pressão pela inclusão nos Jogos.

A ação começou cedo na Praia de Surf de Tsurigasaki, cerca de 100 quilômetros (60 milhas) a leste de Tóquio, onde os primeiros surfistas remavam em condições favoráveis ​​para o surf.

O brasileiro campeão mundial de 2019, Ítalo Ferreira, que aprendeu a surfar em pé na caixa de espuma onde seu pai vendia peixes, pegou a primeira onda no início da qualificação masculina.

“Estou muito feliz por estar aqui, com certeza”, disse Ferreira aos repórteres após vencer sua primeira partida pelas eliminatórias.

Ítalo Ferreira reage após competição da primeira fase masculina na Praia de Surf de Tsurigasaki [Andrew Nelles/ USA Today Network via Reuters]

“É especial para os fãs e para os surfistas. Todos os surfistas a verem em casa. É especial para todos”.

Na competição feminina, a americana Carissa Moore conquistou uma difícil vitória sobre a portuguesa Teresa Bonfalot, antes de admitir sua emocionante vitória na véspera do evento.

“Ontem eu realmente tive um pequeno colapso por causa de todos os nervos e ansiedade e outras coisas que se acumularam”, disse ela a repórteres.

“Tive uma sensação muito mais calma do que hoje … O que quer que tenha acontecido, fiz tudo o que podia e agora é hora de me divertir.”

Para o presidente da Federação Internacional de Surf, Fernando Aguirre, as temperaturas matinais foram o culminar de décadas de trabalho.

“Não consigo tirar a máscara, mas por trás dessa máscara há um rosto muito feliz”, disse Aguirre. “Achei que fosse possível, mas muitas vezes houve desentendimentos desse tipo contra nós. Muito difícil. Não houve um processo realmente simples por algumas décadas.”

Karissa Moore compete na primeira rodada da competição de surfe feminino na praia de Tsurigasaki [Francisco Seco/ AP]
A portuguesa Teresa Bonfalot pega uma onda durante uma sessão de treinamento gratuito no Tsurigasaki Beach Surf, 24 de julho de 2021 [Olivier Morin/ Pool via AFP]

As ondas no domingo foram maiores do que antes da competição, com Ferreira dizendo que elas apresentavam “mais oportunidades” para jogadas incríveis.

Uma tempestade tropical se aproximando da costa japonesa ajudou a melhorar as condições, o que pode afetar drasticamente os quatro dias de competição.

“Todos podem dizer que conhecem o oceano e têm vantagens ou outra coisa, mas cada onda é diferente”, disse a japonesa Kanna Igarashi. “É uma questão de adaptação, sobre quem consegue surfar melhor nas ondas em cada situação e acho que o vencedor será bem merecido.”

Igarashi, cujo pai cresceu surfando na mesma praia, é um dos favoritos em casa, com cabelos loiros descoloridos e um sorriso gigante.

Mas os fãs foram banidos de todos, exceto alguns eventos nos Jogos de Tóquio, que os organizadores estão preocupados que podem se transformar em um evento super viral.

Grandes barreiras impediram os locais de ver os surfistas, embora uma enorme faixa de apoio à competidora japonesa Mahina Maeda possa ser vista posando em uma colina próxima.

“Eu tinha um ingresso para a final, mas estamos em uma pandemia, então não há como evitar”, disse à AFP o proprietário de uma pousada local, Munharu Yamura. “Apenas as pessoas que navegam na Internet aqui estão entusiasmadas com isso. As pessoas que não – acho que não gostam disso.”

Havia muita agitação dentro do estádio, com todos os surfistas entrando no palco olímpico pela primeira vez.

“É uma experiência divertida, é incrível estar aqui”, disse o americano John John Florence, que não conseguiu passar na primeira bateria, mas ainda teve a chance de se qualificar no replay no final do dia.

“Eu estava pensando nisso até 2024, 2028, espero que também nessas Olimpíadas. Acho que é ótimo para o nosso esporte e estou feliz por estar aqui”.

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