Samarco revida credores em batalha pelo desastre da mineração no Brasil

Atualizações de mineração

A Samarco, produtora de ferro responsável por um dos piores desastres ambientais do Brasil, acusou os credores de uma “tentativa infeliz” de inviabilizar uma reestruturação que, segundo a mineradora, protegerá milhares de empregos.

As críticas da Samarco, uma joint venture entre os grupos globais de mineração Vale e BHP, vêm depois que advogados de um grupo de credores, incluindo a administradora de ativos Ashmore e o grupo norte-americano Canyon Partners, consideraram a reestruturação proposta esta semana “ridícula”.

De acordo com o plano, a Samarco deu aos detentores de títulos e outros credores a opção de pagar apenas 15% do valor de face das notas em 2041, ou trocar a dívida por uma participação na empresa. Os credores inadimplentes devem R $ 22 bilhões ($ 4,3 bilhões).

A batalha entre a Samarco e seus credores acontece mais de cinco anos após a ruptura da barragem de Fundão em um complexo de mineração alemão, matando 19 pessoas e contaminando uma das maiores bacias hidrográficas do Brasil com uma torrente de resíduos de mineração.

A Samarco, que estava sobrecarregada com quase US $ 10 bilhões em empréstimos, solicitou Reorganização judicial, um processo supervisionado por tribunais no Brasil é semelhante à proteção contra falência.

O grupo de credores, que inclui o especialista em dívidas inadimplentes Solus Alternative Asset Management, alegou que o plano é proteger a BHP e a Vale das responsabilidades decorrentes do desastre de novembro de 2015. Os credores respondem pela maior parte da dívida de terceiros da Samarco.

Os advogados dos credores, que em sua maioria possuem títulos e também alguns empréstimos para exportação, rejeitaram a proposta de reduzir 85% de sua dívida como “ridícula”, de acordo com um documento protocolado esta semana em um tribunal de Minas Gerais. Onde fica a sede da Samarco.

Nos autos, também acusam a Vale e a BHP de abusar de sua posição para extrair valor em detrimento dos credores, argumentando que os sócios da joint venture só deveriam receber quaisquer pagamentos da Samarco após quitarem suas outras dívidas.

Quase metade da dívida da Samarco é com a Vale e a BHP, que estarão sujeitas aos mesmos descontos e prazos de amortização.

“Esta é mais uma tentativa infeliz de alguns credores financeiros de interromper o processo de recuperação judicial e confundir a opinião pública”, disse Samarko em resposta ao processo judicial. A empresa insistiu que estava pronta para negociar “apesar das inúmeras controvérsias e acusações” de seus credores financeiros.

Ela acrescentou que “o plano apresentado foi elaborado de acordo com a atual capacidade financeira da empresa” e visa preservar mais de 6 mil empregos diretos e indiretos, além das contribuições fiscais.

A Samarco disse que o pedido de reestruturação supervisionada pelo tribunal foi necessário para evitar que os credores afetassem sua capacidade de operar e fazer pagamentos à Renova, uma instituição criada para supervisionar a compensação de desastres em um acordo com os reclamantes brasileiros.

A Samarco só retomou a produção em dezembro e sua produção deve ser inferior a um terço do total antes do desastre da barragem. No entanto, o grupo vende minério de ferro em um mercado em expansão.

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Os preços dos componentes da siderurgia atingiram um recorde histórico este ano, ajudando os títulos problemáticos da Samarco a recuperar grande parte de seu valor. Eles estão sendo negociados a quase 80 centavos por dólar, ante menos de 40 centavos no início de 2020 com a eclosão da pandemia.

Evan Absan, vice-presidente de Assuntos Jurídicos e Corporativos da BHP Brasil, descreveu os termos da Samarco como “justos e razoáveis”.

“[They] Oferecer as melhores soluções que possibilitem a Samarco fazê-lo. . . Continuar a trabalhar e contribuir com a economia local de Minas Gerais e do Espírito Santo e financiar a Fundação Renova.

A Vale expressou apoio ao plano de reestruturação, que ela descreveu como “construído de acordo com a capacidade da empresa”.

Ashmore e Canyon Partners não quiseram comentar. Solus não respondeu a um pedido de comentário.

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