Primeiro debate presidencial do Brasil: Silêncio sobre as ameaças de golpe de Bolsonaro

No dia 28 de agosto aconteceu o primeiro debate para a eleição presidencial brasileira com a participação de cinco candidatos. O debate contou com a presença simultânea sem precedentes do atual presidente fascista Jair Bolsonaro, do Partido Liberal (PL), e do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT).

O presidente brasileiro Bolsonaro e o ex-presidente e candidato do PT Lula (Créditos: Ricardo Stockert e Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A situação histórica enfrentada pela classe dominante brasileira deu ao debate um tom histérico. O evento foi dominado por denúncias de corrupção nos governos trabalhista e Bolsonaro e sobre o comportamento “misógino” do atual presidente. Mas a troca de acusações revelou a ansiedade de todos os setores do establishment político, incapazes de sugerir uma saída para a massiva crise econômica, política e social que assola o Brasil.

Na medida em que Lula se sentiu compelido a falar sobre a resposta indiferente de Bolsonaro à pandemia de COVID-19 e a deterioração das condições sociais da classe trabalhadora, esses problemas foram reduzidos a mera má gestão e corrupção do governo e do próprio presidente.

As declarações iniciais de Lula sobre a “guerra contra a lacuna educacional deixada pela pandemia” não incluíram o fato de que a pandemia ainda não acabou. Mais de 800 mortes por COVID-19 ocorrem a cada semana, e o sistema de saúde do país continua sobrecarregado pela última onda causada pelas subvariantes Omicron BA.4/5.

Assim como os governadores de seu partido, Lula permitirá que milhões de crianças permaneçam na escola, indiferentes aos riscos de contágio e ao surgimento de variantes mais transmissíveis e mortais. Apesar da retórica de Lula contra Bolsonaro sobre as horríveis 680.000 mortes por COVID-19 no Brasil, o ex-presidente não indicou nenhuma medida antiepidêmica significativa que possa adotar uma vez eleito.

A realidade é que eventualmente um governo trabalhista permitirá que um número incontável de doenças, doenças e mortes passem, assim como todos os governos autoproclamados de “esquerda” na América Latina fizeram.

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