Escrito por Marcela Aires
BRASÍLIA (Reuters) – O diretor de política monetária do Banco Central do Brasil, Bruno Serra, indicou nesta segunda-feira que os formuladores de políticas não descartam mais aumentos nas taxas de juros após junho, dizendo que “o tempo dirá”.
Os comentários vêm em meio a discussões do mercado sobre a necessidade de um ciclo de aperto monetário mais apertado em um momento em que as expectativas de inflação continuam a flutuar ainda mais acima das metas oficiais.
No início de maio, o banco central elevou as taxas de juros em 100 pontos base para 12,75%, de uma baixa recorde de 2% em março do ano passado, indicando um ajuste menor para o próximo mês.
“Estamos nos colocando em uma posição em que ele aponta para a possibilidade de outro rali. De agora em diante, o tempo dirá”, disse Cera durante uma conferência organizada pelo Goldman Sachs (NYSE: NYSE).
Ele admitiu sua preferência pela baixa volatilidade das taxas de juros, mas reconheceu que isso nem sempre é possível.
“Favorecer o cenário de estabilidade de juros por um período mais longo é uma coisa, mas não estamos restritos a um cenário específico. Estamos vinculados a perseguir a posição da meta (de inflação) no horizonte relevante como temos feito nos últimos anos .”
Manter as taxas de juros altas por mais tempo para domar a inflação é melhor, quando possível, do que aumentar as taxas e depois reduzi-las rapidamente, disse Serra.
Após a recente desvalorização do real brasileiro, ele disse que a moeda foi afetada principalmente pelo enfraquecimento do yuan, mas também pelo aperto monetário dos EUA. Apesar disso, acrescentou, a tendência do câmbio é de desempenho “muito melhor” do que em 2020 e 2021.