Escrito por Marcela Aires
BRASÍLIA (Reuters) – O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira que o Brasil elevou as taxas de juros mais cedo e mais rápido do que o resto do mundo e que as pessoas entendem que o aperto monetário está “em grande medida feito”.
Desde que elevaram as taxas de juros no início deste mês para 13,75%, de uma baixa recorde de 2% em março do ano passado, os formuladores de políticas deram sinais mais fortes sobre a conclusão do ciclo violento, enfatizando novas expectativas de inflação no início de 2024, contrariando suas expectativas para 2023. Isso piorou.
“O Brasil fez seu trabalho mais cedo, mais rápido, as pessoas entendem que o trabalho do banco central está em grande parte feito”, disse Campos Neto em evento organizado pelo banco BTG Pactual.
Ele enfatizou que mudar o foco em suas expectativas de inflação permitiu que o banco central adaptasse sua função reativa, já que as medidas fiscais do governo – algumas das quais expiram em dezembro – devem aliviar a inflação este ano, mas aumentar a inflação no próximo ano.
Tal mudança, acrescentou, “obviamente não é permanente, é temporária”.
De acordo com Campos Neto, os formuladores de políticas continuam atentos à inflação de serviços no país, reconhecendo que as recentes medidas de redução de impostos sobre as principais taxas estão gerando menos inatividade inflacionária.
Com a eleição presidencial de outubro se aproximando, ele destacou que quem vencer terá o desafio de olhar simultaneamente para os gastos sociais e a sustentabilidade da dívida.
Campos Neto, que vai comandar o banco central por mais dois anos do próximo mandato presidencial sob a autonomia recém-adquirida da instituição, disse que não aceitará recondução depois disso.
Em meio a frequentes revisões de mercado do PIB do Brasil em 2022, diante de dados mais fortes do setor de serviços e do mercado de trabalho, Campos Neto disse que o banco central pretende aumentar sua previsão para mais de 2% em relação à previsão de junho de 1,7%. A projeção será divulgada no final de setembro.
Campos Neto destacou que o real está entre as moedas com melhor desempenho neste ano e previu que a entrada de dinheiro estrangeiro no país se intensificará diante do cenário geopolítico.
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