Portugal vai aprovar nas próximas semanas o decreto de privatização da TAP Airlines

O plano de Portugal de vender uma parte significativa da companhia aérea estatal TAP SA ficará perto de concretizar-se quando o governo definir as regras de operação nas próximas semanas, disse o ministro das Finanças, Fernando Medina.

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“O crescimento da empresa, a expansão da atividade, a manutenção do centro de Lisboa, a proteção da marca e a operação da TAP serão as questões decisivas”, afirmou em entrevista. Segundo Medina, o governo vai aprovar nas próximas semanas um decreto que enquadra a privatização da transportadora de 78 anos.

Para além de trazerem a Portugal um número crescente de turistas internacionais, os voos da TAP ligam expatriados cosmopolitas aos cidadãos do país e ligam o continente ao arquipélago da Madeira e dos Açores no meio do Atlântico. O primeiro-ministro Antonio Costa confirmou em março que o governo manteria uma participação na companhia aérea após a privatização para garantir que ela alcance “objetivos estratégicos”, incluindo a meta de manter Portugal como seu principal hub.

A holding estatal Parapublica disse em 4 de julho que Portugal contratou a Ernst & Young e o Banco Finantia SA para conduzir avaliações da TAP como parte de um plano para vender uma participação na transportadora.

Companhias aéreas maiores, como Air France-KLM, Deutsche Lufthansa AG e IAG SA, controladora da British Airways e da Iberia, disseram que podem estudar a TAP.

Esta não seria a primeira vez que Portugal venderia uma participação na TAP.

Em 2015, o governo concordou em vender 61% da transportadora para a Atlantic Gateway, uma empresa que reuniu investidores, incluindo o magnata aeroespacial David Neilman.

Alguns meses depois, o recém-eleito governo socialista de Costa reverteu parcialmente a privatização da companhia aérea, aumentando sua participação de 34% para 50%. Em 2020, o governo concordou em comprar a participação indireta de Neeleman na TAP e aumentou sua participação para 72,5% antes de se tornar o único proprietário da transportadora em dezembro de 2021.

À semelhança de outras companhias aéreas, a TAP teve de interromper a maior parte das suas operações devido ao surto de coronavírus e recorreu a fundos de emergência do governo. Em 2021, a Comissão Europeia aprovou mais de dois bilhões de euros (US$ 2,2 bilhões) em auxílio à reestruturação da transportadora.

A TAP informou esta segunda-feira que transportou 7,6 milhões de passageiros no primeiro semestre, mais 30% do que no mesmo período do ano passado.

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