Portugal ficou em segundo lugar entre os países europeus mais afetados pelos incêndios florestais em 2022, com 153 incêndios numa área de 949 quilómetros quadrados, segundo um relatório divulgado esta quarta-feira pela Agência Europeia do Ambiente.
O primeiro país é a Espanha, com uma área ardida de 2.754 quilómetros quadrados e 208 incêndios florestais, enquanto a França ficou em terceiro com 74 incêndios que destruíram uma área de 465 quilómetros quadrados.
O estudo estima ainda que a Península Ibérica vai registar um “aumento acentuado” do número de dias em que o risco de incêndio é elevado devido às alterações climáticas e às emissões de dióxido de carbono (CO2).
Em Portugal e Espanha, o número de pessoas que vivem perto de florestas e expostas a altos níveis de risco de incêndio pelo menos dez dias por ano aumentaria em 15 milhões (24%) se a temperatura global subisse 3°C até o final do século. .
A agência também observou que a temporada de incêndios florestais de 2022 foi a segunda pior desde 2000, com mais de 5.000 quilômetros quadrados – o dobro do tamanho de Luxemburgo – queimados em junho, julho e agosto, e uma área recorde de locais de proteção da natureza Natura2000 danificados.
As perdas com incêndios atingiram pelo menos 2 bilhões de euros na Europa no ano passado, e as emissões de dióxido de carbono na União Europeia e no Reino Unido entre 1º de junho e 31 de agosto de 2022 são estimadas em 6,4 megatons – o valor mais alto desde 2007.
Eventos climáticos extremos e relacionados ao clima causaram perdas econômicas estimadas em € 560 bilhões na União Europeia entre 1980 e 2021. No mesmo período, causaram quase 195.000 mortes devido a inundações, tempestades, ondas de calor e frio, incêndios florestais e deslizamentos de terra.
(Yvonne Gravato | Lusa.pt)
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