Apesar do cenário difícil de projetos de geração de energia green field, a Atlas Renewable Energy está expandindo significativamente sua capacidade instalada no Brasil.
Nesta entrevista à BNamericas, Luis Fernandez Pita, gerente geral da empresa com sede em Miami, Brasil, explica por que seus projetos continuam viáveis e detalha os planos.
BNamericasProjetos de energia renovável em campos verdes estão expostos às pressões de altas taxas de inflação e taxas de juros, por um lado, e preços baixos no mercado livre, por outro lado. Como avalia a viabilidade econômica de novos projetos nesse cenário?
Fernandez PetaHá apenas dois meses, assinamos o maior contrato de compra (PPA) do mundo. [power purchase agreement] na América Latina [with aluminum producer Albras]por 21 anos.
As matérias-primas estão mais caras, as taxas de juros são altas e o PLD [free market price index] Baixo, mas as empresas também querem ter energia sustentável, incluindo a capacidade de desenvolver produtos ecologicamente corretos.
Outro aspecto importante é que existe uma demanda de autoprodução de energia, que se baseia em benefícios [tax breaks, for example]Além da possibilidade de fechar acordos de compra em dólares.
Então, combinando todos esses componentes, existe uma viabilidade.
BNamericas: Quais são as empresas que a Atlas fechou seus contratos de compra em dólares?
Fernandez Peta: Fomos os pioneiros neste método. Fechamos acordos com Dow Chemical, Anglo American e Albras. Nós realmente temos experiência com contratos de compra e venda de produtos atrelados ao dólar.
Além disso, recentemente obtivemos nosso primeiro lote de [development bank] BNDES em dólares.
BNamericas: Qual é a situação do portfólio da Atlas no Brasil?
Fernandez PetaTemos 2 GW em operação e 1,3 GW em construção e esperamos entrar em operação ainda este ano. E temos um pipeline de 12 gigawatts de energia eólica e solar.
BNamericasQual é a expectativa de crescimento da sua capacidade instalada nos próximos anos?
Fernandez PetaAmbicionamos duplicar a nossa capacidade instalada nos próximos cinco anos, adicionando 3,5 gigawatts, sempre com base em energias renováveis.
BNamericasComo a empresa se posiciona antes da abertura do mercado livre?
Fernandez Peta: Estamos desenvolvendo novos produtos, pois teremos muitos clientes com perfis diferentes, e queremos ser um player adequado neste mercado. Nosso objetivo é atender consumidores de médio e grande porte.
BNamericas: A Atlas já encontrou ou encontrou dificuldades para acessar o sistema de transporte para novos projetos de geração? Existe tal asfixia?
Fernandez Peta: Estamos acompanhando isso de perto. É um dos grandes desafios para o setor de energia no Brasil. Tentamos implementar nossos projetos em áreas onde temos baixo risco de não conseguirmos nos conectar.