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A primeira meia hora de “Deserto Privado”, o mais recente filme do Brasil ao Oscar, mostra minuciosamente a vida turbulenta de Daniel (Antonio Saboya), o policial que agride um novato durante um treino. Vemos Daniel correndo à noite, e na trilha sonora ouvimos uma narração dele que acaba sendo textos que ele manda para uma misteriosa mulher chamada Sarah, que mora longe no norte do Brasil. Daniel escreve para ela: “Acho que estou apaixonado”. Beijos molhados.

Apaixonar-se por alguém que você nunca conheceu pessoalmente é tolice, claro, mas Saboia retrata Daniel como partes iguais ingênuas, amáveis, cruéis e caprichosas; Ele provoca seu pai muito doente de uma maneira que nunca deixa de ser tão má. O roteirista e diretor Ali Moritiba olha pacientemente para Daniel no longo prazo enquanto ele manda nudes para Sarah, e o estilo aqui é simples, sem frescuras, apenas uma observação.

A escolha do elenco é tão importante para este filme, porque aprendemos muitas coisas não tão divertidas sobre Daniel praticamente imediatamente, mas ainda precisamos encontrá-lo simpático o suficiente para se importar com ele e seguir sua vida nos mínimos detalhes. Saboia não decepciona seu diretor, estabelecendo cada cena em uma realidade reconhecível com um olhar de seus olhos apaixonados, apresentando tanto o lado bom quanto o ruim de Daniel sem julgamentos.

O fantasma de Sarah Daniel, entra em seu carro e atravessa o país para vê-la, momento em que surge uma trilha sonora muito bonita e triste de Felipe Ayres na trilha sonora, e a sequência de créditos muito atrasada finalmente começa. Isso tudo é muito eficaz porque parece que Daniel está deixando sua vida de perigo moral para trás para um novo começo. Claro, pensando bem, Daniel também persegue um amigo repórter que parou de responder às suas cartas, mas Moritiba e o co-roteirista Henrique Dos Santos ignoram completamente as implicações mais sombrias de sua narrativa.

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Quando Daniel chega ao norte do Brasil, ele pergunta a qualquer pessoa do bairro se conhece Sarah, chegando a imprimir uma foto dela e mostrar para quem ouve, um comportamento que pode ser considerado romântico ou maluco. Ele finalmente encontra um contato para ela em Fernando (Thomas Aquino), um homem que diz vagamente que pode apresentar Daniel a Sarah.

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Fernando mostra a Daniel uma faca com um corte no tronco e diz: “Meu irmão me pegou com outro homem!” Com uma voz estranhamente alegre, mas depois ele renega essa história e diz que conseguiu a cicatriz de uma forma menos dramática. Fernando está mentindo ou falando a verdade? Transmite o que Sarah pensa sobre Danielle: “Ela te acha bonitinho, mas você também a assusta”.

O seguinte pode ser considerado um Spoiler: Fernando manda Daniel ir a uma boate chamada Vibe, onde Sarah o espera. Daniel faz o que ele manda e tem um caso silencioso com uma mulher de lá, mas ela sai correndo do cabaré. Vemos Sarah correndo para o carro de Fernando, e eles voltam para a casa dele, e é aí que descobrimos o segredo dela: ela está tirando a peruca e agora se apresentando como um homem chamado Robson (Pedro Fasanaro). “Ele nunca me beijou, não é?” Sarah/Robson pergunta.

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Pronomes femininos são usados ​​para se referir a Sara em notas de imprensa para “Deserto Privado”, mas Dos Santos se refere a ela como Robson/Sara, e na tela Robson/Sara é retratado como não sendo bissexual ou de gênero. Perto do final de “Private Desert”, depois que Daniel descobre o que está acontecendo, ouvimos seu ex-amigo de correspondência dizer: “Eu sou Sarah, Robson… muitas coisas”.

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Isso fica ainda mais confuso quando Fernando e Robson, introduzidos por homens, se referem um ao outro com humor como uma “garota” da maneira gay à moda antiga. Mas classificar as questões de gênero aqui se torna um ponto discutível porque, em qualquer cenário, Sarah/Robson é um personagem decepcionantemente mesquinho: passivo, ingênuo e com muito pouco caráter. Nada nas interações entre Daniel e seu ex-amigo por correspondência na segunda metade do filme é inteiramente crível, então o clímax cor-de-rosa de “Private Desert” entra em um perigoso reino de fantasia e realização de desejos, revelando que os criadores deste filme são imprudentemente ingênuos e moralmente questionáveis, como seus heróis.

“Private Desert” estreia em 9 de setembro via Kino Lorber.

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