Os olhos de Bolsonaro mudaram para o teto de gastos brasileiros após as eleições

O presidente brasileiro Jair Bolsonaro fala durante uma cerimônia de recrutamento para os primeiros médicos do programa “Médicos pelo Brasil” no Palácio do Planalto em Brasília, Brasil, 18 de abril de 2022. REUTERS/Adriano Machado

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BRASÍLIA (Reuters) – O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, disse nesta sexta-feira que consideraria mudar as regras de gastos do governo após as eleições de outubro para abrir caminho para mais investimentos em infraestrutura, levantando preocupações entre os formuladores de políticas econômicas.

Três funcionários do Ministério da Economia, que pediram anonimato para discutir deliberações internas, disseram que o ministério não recebeu nenhuma ordem para estudar a mudança do teto constitucional de gastos e que resistiria ao relaxamento das regras fiscais.

Nas pesquisas, Bolsonaro fica atrás do ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva, que repetidamente pediu que o teto de gastos fosse descartado. Analistas alertam que o líder de direita pode se voltar cada vez mais para propostas econômicas populistas para encontrar terreno na corrida altamente polarizada.

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Bolsonaro executou em 2018 uma política econômica tradicional promissora e uma privatização cara, mas não conseguiu implementar a maioria desses planos e dependeu cada vez mais de subsídios de energia e gastos com assistência social para aumentar sua popularidade.

“No ano passado tivemos cerca de 300 bilhões de reais (US$ 61,3 bilhões) em receita excedente, mas você não pode gastar um centavo disso em infraestrutura por causa do teto de gastos”, disse Bolsonaro em entrevista à rádio.

“Muita gente está dizendo que isso é algo que precisa mudar. Vamos deixar para o futuro e vamos discutir esse assunto depois das eleições”, acrescentou.

O teto de gastos foi aprovado pelo Congresso brasileiro em 2016, para alterar a Constituição para limitar o crescimento do orçamento federal ao ritmo da inflação.

A regra é o sustentáculo da política fiscal, embora o governo Bolsonaro tenha criado exceções para abrir espaço para mais gastos públicos este ano.

O Ministério da Economia também propôs novas formas de financiar os gastos públicos, incluindo uma proposta no mês passado para criar um fundo com a venda de ativos públicos para pagar programas de combate à pobreza e investimentos públicos.

(1 dólar = 4,8967 riais)

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(Reportagem de Ricardo Brito) Escrito por Gabriel Araujo e Marcella Ayres; Edição por Brad Hines, Paul Simão e Rosalba O’Brien

Nossos critérios: Princípios de Confiança da Thomson Reuters.

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