Os legisladores dos mercados emergentes lutam com o aumento da inflação

euestá feito Alguns meses são longos para o mundo emergente. Temperaturas severas – julho foi o mês mais quente já registrado em todo o mundo, de acordo com uma análise recente – acenderam fogueiras nas praias mediterrâneas da Turquia e incendiaram campos de trigo russos. A Covid-19 está se espalhando por países com baixas taxas de vacinação. Apenas 24% dos brasileiros, 9% dos indianos e 7% dos sul-africanos são esfaqueados duas vezes. Acima de tudo, a inflação também está aumentando.

O aumento dos preços dos alimentos e da energia levou a inflação a níveis desconfortáveis. Os preços ao consumidor no Brasil aumentaram 9% em relação ao ano anterior (ver gráfico), mais que o dobro da meta do banco central. A inflação na Rússia é de 6,5%, bem acima da meta do banco central de 4%. A inflação na Índia, que era alta em 2020, subiu para mais de 6% neste verão – ao norte do intervalo da meta do Reserve Bank. Os formuladores de políticas em países pobres trilham um caminho perigoso este ano. O surto de aumentos de preços está colocando outro teste severo em seus pés.

O crescimento foi retomado principalmente, apesar da devastação contínua do vírus COVID-19. Em partes do mundo emergente, como a Índia, a produção já recuperou seu nível pré-pandêmico. E em outros países, como a Rússia, isso é esperado até o final do ano. Os preços mais altos do petróleo, metais e produtos agrícolas têm sido uma bênção para os exportadores de commodities. Mas as recuperações têm sido frustrantemente desiguais. Tempos melhores para as indústrias exportadoras nem sempre se traduziram em uma recuperação mais ampla do mercado de trabalho. Os negócios estão crescendo nas cidades mineiras do Brasil, por exemplo, mas a taxa de desemprego nacional, de 14,6%, raramente é menor do que o pico da pandemia.

Isso, por sua vez, pressionou os governos a estender ou mesmo aumentar os gastos com programas de ajuda humanitária. O crescimento econômico está aumentando as receitas fiscais em muitos países e melhorando as finanças públicas afetadas pelo coronavírus. No entanto, o déficit fiscal continua grande. A decisão de junho de expandir as cotas de grãos significa que o governo central da Índia provavelmente tomará emprestado mais de 6,8% das cotas de grãos. Produto Interno Bruto Esperado no orçamento do ano fiscal de 2022. Brasil, que tomou emprestado 13,4% do Produto Interno Bruto No ano passado, estendeu suas transferências emergenciais de dinheiro. Chile e Colômbia, que limitaram seus empréstimos a modestos 7% de Produto Interno Bruto Em 2020, no ano passado, eles planejam tomar empréstimos aproximadamente ou mais este ano, de acordo com o Instituto de Finanças Internacionais, um grupo de banqueiros.

Quando você combina mais dinheiro fluindo pela economia com interrupções na oferta, o resultado é a pressão inflacionária. Os banqueiros centrais em mercados emergentes, como seus colegas no mundo rico, argumentam que a inflação alta é apenas temporária. Mas, ao contrário de seus pares na economia avançada, alguns não se sentiam confortáveis ​​o suficiente para esperar para ver. Eles têm experiências mais recentes de surtos de inflação alta e são céticos quanto ao fato de que as expectativas gerais de inflação baixa estejam tão firmemente arraigadas quanto nos países ricos. E então eles agiram agressivamente para conter a inflação. O Banco Central do Brasil aumentou as taxas de juros em um ponto percentual cheio em 4 de agosto, além de três aumentos de 0,75 ponto percentual cada desde março. O Banco Central da Rússia também anunciou um aumento de ponto cheio em 23 de julho, também o quarto do ano. O México e o Peru aumentaram as taxas de juros em 12 de agosto. Outros bancos centrais que pararam de disparar devem apertar nos próximos meses.

Essa determinação de conter a inflação pode ter mantido o interesse dos investidores estrangeiros. No início deste ano, alguns economistas temiam que a recuperação massiva nos Estados Unidos e a perspectiva de taxas de juros mais altas pudessem levar a uma corrida de dinheiro das economias emergentes: um eco da “birra gradual” de 2013, quando o Federal Reserve começou a se normalizar política monetária. Política após a crise financeira. O ligeiro aumento nos rendimentos do Tesouro dos EUA em fevereiro e março deste ano foi acompanhado por uma desaceleração nos fluxos de portfólio para os mercados emergentes, o que parece prenunciar pior no futuro.

No entanto, isso não se concretizou, não apenas porque os rendimentos do Tesouro caíram de seus máximos na primavera. Também reflete uma estrutura de política mais forte nas economias emergentes e maior flexibilidade em face das flutuações do mercado. Nas últimas décadas, eles acumularam reservas em moeda estrangeira e reduziram sua dependência da dívida em moeda estrangeira. A maioria escapou de fortes pressões em março de 2020, quando investidores em pânico correram para paraísos e as moedas dos mercados emergentes despencaram, com danos econômicos mínimos.

Em comparação, as flutuações recentes da taxa de câmbio têm sido modestas, limitando até que ponto os altos preços de importação aumentam as pressões inflacionárias. Neste ano, o real brasileiro e a rupia indiana enfraqueceram em relação ao dólar em cerca de 2%. (O rial caiu cerca de um quarto no ano passado e cerca de 20% durante os leilões de 2013). Os bancos centrais vigilantes podem ter ajudado a evitar que os investidores se tornassem voláteis.

Mas as altas taxas de juros são um remédio difícil em casa. Grandes aumentos são perigosos para o crescimento. O crescimento mais lento, por sua vez, prejudica o erário público, mesmo quando as taxas de juros mais altas aumentam os custos dos empréstimos do governo. Entre as grandes economias emergentes, o risco de crise é talvez mais pronunciado no Brasil, onde a perda de confiança nas finanças públicas contribuiu para recessões profundas em 2015 e 2016. Se o prêmio de risco financeiro exigido pelos compradores de títulos continuar a subir, o governo poderá em breve enfrentar uma escolha terrível: entre cortes de gastos enquanto o desemprego permanece alto e uma crise financeira sistêmica. De fato, em 12 de agosto, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil, temeu que os mercados começassem a reconhecer uma “deterioração financeira” que poderia prejudicar a recuperação econômica.

Os problemas deste último tornam o problema da inflação mais agudo – e sob risco de se espalhar para outros países. Uma forte seca no Brasil reduziu a capacidade das usinas hidrelétricas e elevou os preços da energia. Também ameaça a produção de safras de exportação, como o café, levando à redução da oferta e a preços mais altos. Os níveis mais baixos do rio Paraná obrigaram empresas como a Vale, uma mineradora, a reduzir as cargas de minério de ferro transportadas em barcaças, causando escassez global. O governo russo impõe impostos sobre os embarques de trigo para o exterior, o que contribui para a alta dos preços em todo o mundo.

A febre pode explodir no final do ano, com os gargalos diminuindo e a demanda dos Estados Unidos e da China diminuindo um pouco. No entanto, também existe o risco de novas perturbações: novos surtos de covid-19, mais desastres naturais ou distúrbios sociais, possivelmente relacionados com o aumento dos preços dos alimentos. E para exportadores como o Brasil, os preços mais baixos das commodities levam a seus próprios problemas, como desvalorização da moeda e desaceleração econômica. Uma virada para o pior em um país pode deteriorar o sentimento do investidor em outro. Os mercados emergentes têm lidado com as pressões econômicas nos últimos 18 meses com firmeza. Mas uma pausa no calor não pode acontecer em breve.

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Este artigo apareceu na seção Finanças e Economia da edição impressa com o título “Sentindo o calor”

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