O renascimento do babaçu brasileiro: uma alternativa sustentável ao óleo de palma importado


Por Iniciativa 20×20 e Campeões do Clima | 11 de agosto de 2023

Com a conclusão da Cúpula do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), destaca uma iniciativa pioneira enraizada na paisagem rural brasileira. Um parceiro da corrida para a resiliência, o 20×20 está desbravando um caminho para um futuro sustentável, explorando um recurso local: a palmeira babaçu.

Esqueça o óleo de palma importado. O Brasil embarcou em uma jornada para cultivar uma alternativa local que não apenas seja ecologicamente correta, mas também economicamente empoderadora. Junto com as comunidades locais, a iniciativa 20×20 está transformando a vida de 1.500 famílias rurais por meio de práticas agroflorestais sustentáveis.

Imagine o Brasil onde babaçus prósperos significam não apenas ecossistemas prósperos, mas também comunidades prósperas. Continue lendo para explorar como este projeto ambicioso está plantando as sementes para um futuro mais verde e resiliente, uma palmeira de babaçu por vez.

um parceiro: Iniciativa 20 x 20
porta: Tobasa Bioindustrial de Babaçu, Kaeté Investimentos
País e região: Brasil, América Latina
sistema de efeito: água e natureza
Beneficiários/Impacto: 1.500 famílias locais – 120.000 hectares, investimento de 2,2 milhões de dólares americanos

O babaçu (Attaleia speciosa) é uma espécie de palmeira que cresce nas orlas dos três principais tipos de florestas brasileiras: a Amazônia, a caatinga e o cerrado. Babaçuais, como são conhecidas essas florestas únicas, cobre cerca de 20 milhões de hectares de terras brasileiras, principalmente nos estados do Maranhão, Tocantins e Piauí. Essa árvore resistente não apenas cresce em florestas fechadas densas, mas também serve como uma espécie pioneira que pode ajudar a colonizar áreas degradadas e desmatadas, ajudando outras espécies a criar raízes. O babaçu também é um bem econômico: o coco produz um óleo rico e fibras vegetais fortes.

Desde o final dos anos 1980, a produção de Babasso sofreu um declínio constante. A disseminação da agricultura intensiva e da produção animal destruiu as florestas de babaçuais, e a introdução de óleo de palma importado barato de produtores asiáticos substituiu o óleo de babaçu como um ingrediente importante nas indústrias de higiene pessoal, perfumes e cosméticos do Brasil. Alguns produtores locais fecharam, ameaçando a subsistência de mais de 200 mil pessoas que dependem da indústria do babaçu.

A Tobasa Bioindustrial de Babaçu, uma Certified B Corporation, foi fundada no final da década de 1960 com o objetivo de investir em novas tecnologias para tornar a produção de coco babaçu mais eficiente. A Tobasa detalha as diferentes partes do coco babaçu e encontra um destino comercial para cada um de seus ingredientes. Para a Tobasa, menos desperdício significa mais lucro e menos impacto ambiental.

Hoje, a Topasa é o único complexo industrial do gênero no Brasil. A empresa produz carvão ativado para uso em filtros de água residenciais e industriais, bioálcool para uso nas indústrias de cosméticos e bebidas e outros subprodutos do Babaçu, como farelo para uso em ração animal.

Para garantir que seus suprimentos sejam de qualidade boa e consistente, a Topasa trabalha em estreita colaboração com as comunidades locais que extraem o babaçu. Anteriormente, os colhedores de babaçu só podiam vender a valiosa noz interna, que representava apenas 6% da massa total do coco, mas, graças à inovação tecnológica, a Topasa agora pode usar todo o coco para produzir mercadorias para o mercado. Ao comprar cocos inteiros, tanto a noz quanto a casca, a Topasa garante que os agricultores aproveitem ao máximo o que colhem.

A Kaeté Investimentos, parceira financeira da iniciativa 20 x 20, tornou-se parceira da Tobasa em 2016. Por meio do Fundo Multiestratégia de Investimento Sustentável da Amazônia, a Kaeté investiu R$ 8 milhões (US$ 2,2 milhões) no projeto, com o objetivo de otimizar processo industrial e aumento da capacidade produtiva. O investimento da Kaeté permitiu à Topasa ampliar sua atuação e o número de colheitadeiras de babaçu com as quais trabalha.

A partir de 2018, a Topasa passou a comprar coco babaçu de mais de 120 mil hectares da região, beneficiando milhares de produtores locais. Somente desde 2016, expandiu em 60% e a empresa começou a trabalhar com mais 1.500 famílias. Quanto mais babaçu as comunidades locais produzirem, mais renda gerarão. Dessa forma, a Topasa estimula indiretamente os agricultores a plantar árvores e restaurar terras degradadas em toda a região. A área gerenciada pela comunidade de Topasa já armazena mais de 19 milhões de toneladas de dióxido de carbono e sequestra 1 milhão de toneladas adicionais anualmente. Se mais terras forem restauradas para atender à crescente demanda doméstica por óleos vegetais, mais carbono será armazenado e mais comunidades serão beneficiadas.

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