O presidente do Banco Central do Brasil disse que a batalha contra a inflação no Brasil ainda não acabou

(Reuters) – O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira que a inflação está mostrando sinais “iniciais” de melhora, mas reiterou que a maior economia da América Latina deve “continuar” em sua batalha para conter as pressões sobre os preços.

Embora grande parte da recente melhora na inflação se deva a ações do governo, há indícios iniciais de melhora qualitativa, disse Campos Neto em uma conferência de negócios em Nova York, acrescentando que ainda é cedo para comemorar a melhora.

“Precisamos continuar lutando contra a inflação e precisamos continuar atingindo nossos objetivos porque essa é a melhor maneira de contribuir para o crescimento sustentável”, disse.

Os preços ao consumidor no Brasil subiram 6,5% nos 12 meses até outubro, abaixo do pico de 12% em abril.

Campos Neto também disse que manter a estabilidade financeira é importante para a inclusão social no Brasil, onde o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva foi criticado por um plano para aumentar os gastos sociais.

“A disciplina fiscal está diretamente ligada à credibilidade do país, e há um ponto de inflexão em que tentar fazer mais com os mais necessitados pode levar a resultados que vão contra o que se deseja, colocando em risco a estabilidade financeira e a geração de empregos”, disse Campos Neto .

Investidores ficaram consternados na semana passada com os planos de gastos de Lula e a aparente esquerda minimizar a importância da prudência fiscal, pressionando os ativos brasileiros e a moeda local. Os ativos brasileiros se recuperaram desde então.

“Entendemos que apenas um plano coerente, com consistência fiscal e reformas continuadas, garantirá uma trajetória de crescimento sustentável com inflação baixa e juros baixos”, disse Campos Neto.

(Reportagem de Isabel Versiani) Redação de Peter Frontini; Editado por Paulo Simão

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