O escândalo de Americana não afetaria muito os bancos brasileiros mesmo em um “cenário extremo” – cenbank

BRASÍLIA (Reuters) – O Banco Central do Brasil disse nesta quinta-feira que o impacto potencial sobre os bancos de um escândalo contábil envolvendo a varejista Americana SA seria “mínimo” mesmo em um cenário extremo.

A afirmação consta da ata da reunião do Comitê de Estabilidade Financeira da semana passada, que decidiu manter uma política macroprudencial neutra por não haver um aumento significativo dos riscos financeiros.

A Americanas (AMER3.SA) entrou com pedido de falência em janeiro, depois que foram reveladas “discrepâncias contábeis” no valor de 20 bilhões de riais (US$ 3,84 bilhões), levando os bancos a aumentar suas provisões na última divulgação de resultados.

O banco central observou que os julgamentos decorrem de um “certo evento envolvendo uma grande empresa” e já absorveram a maior parte da incorporação do risco.

“O banco central estimou o potencial impacto residual, bem como o cenário de contágio, em toda a cadeia produtiva e de abastecimento que depende da empresa de forma relevante”, afirmou.

“Neste cenário extremo, o impacto no sistema financeiro único seria mínimo e não haveria calote de capital em nenhuma instituição financeira”, acrescentou.

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O BC afirmou ainda que “acontecimentos pontuais em grandes empresas” levaram à deterioração dos preços dos ativos no mercado de títulos privados, com aumento da volatilidade, spreads e aversão ao risco, além de afetar algumas linhas no mercado de crédito .

Ela acrescentou que seu comitê continuará monitorando os desenvolvimentos e está pronto para agir em caso de disfunção.

Além da Lojas Americanas, a empresa de energia Light (LIGT3.SA) revelou no início deste ano ter contratado uma empresa conhecida por trabalhar em recuperação judicial, o que levantou preocupações a respeito, o que a empresa posteriormente desmentiu.

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Ambos os incidentes resultaram na fuga de fundos de fundos fiduciários. Isso aconteceu logo após a entrada em vigor, em janeiro, de uma nova lei do órgão fiscalizador do setor de valores mobiliários do Brasil, CFM, que aplicava o marketing de mercado em investimentos de renda fixa, o que ajudou a piorar o quadro.

(Reportagem de Marcella Ayres). Edição por Chizu Nomiyama

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