Tribunal do Brasil mantém suspensão da redução da floresta para ferrovia de grãos Ferrograo

SÃO PAULO (Reuters) – A Suprema Corte do Brasil manteve os estudos pendentes de um plano do governo para cortar um parque de conservação florestal na região amazônica para permitir a construção de uma polêmica ferrovia de grãos para os portos do norte.

O juiz Alexandre de Moraes, em decisão anunciada na noite de quarta-feira, manteve suspensa uma portaria de 2017 que permitia a redução do tamanho da Floresta Nacional do Jamanxim, onde o governo federal planejava passar a ferrovia, segundo a transcrição. de julgamento.

A ferrovia, que se estende por quase 1.000 quilômetros (621,37 milhas) e é estratégica para transportar soja e milho com mais eficiência para os mercados de exportação, reduziria a dependência de estradas, mas também afetaria comunidades nos estados do norte do Brasil, como Mato Grosso e Pará.

As comunidades indígenas Kayapó que vivem perto do parque saudaram a decisão depois que os manifestantes no tribunal na quarta-feira seguraram cartazes pedindo-lhes que declarassem a lei inconstitucional e consultassem as comunidades indígenas.

O advogado de Kayapó, Melillo Dinis, disse que a decisão foi uma vitória para as comunidades indígenas porque não foram consultadas sobre o projeto ferroviário e que novos estudos levariam em consideração o impacto em suas vidas.

“A partir de agora, esses estudos devem ser conduzidos de maneira séria, ambiental e socialmente comprometida”, disse ele à Reuters.

André Mimoun, advogado do PSOL, partido político de esquerda que levou o caso ao STF, disse que a decisão restabelece os limites originais do distrito de Gmanxim e pede que ele se manifeste contra o decreto.

Falando ao telefone, o advogado disse que agora o governo deve buscar a aprovação formal do Congresso se decidir levar adiante o projeto ferroviário, passar por áreas protegidas e afetar áreas indígenas.

“A decisão de Moraes pode ser considerada uma vitória porque mantém os requisitos mínimos de aprovação para um grande projeto como Ferrugrão em termos de obtenção de licenças ambientais e respeito aos direitos das comunidades afetadas por ele”, disse Mimoni.

(Reportagem de Ana Manu em São Paulo e Anthony Bodel em Brasília; Edição de Aurora Ellis

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