Lula quer mudar a Constituição brasileira para financiar promessas de campanha

Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta seu primeiro teste menos de dois meses antes de tomar posse como presidente do Brasil, e está pressionando por uma emenda constitucional que lhe permitiria financiar Campanha promete bilhões de dólares.

Enquanto estava no toco, o veterano de esquerda prometeu aumentar o salário mínimo, criar um novo auxílio em dinheiro para famílias pobres com filhos menores de seis anos, além de manter os principais pagamentos do bem-estar em R$ 600 (US$ 110) a partir de janeiro. Pelas regras orçamentárias atuais, o pagamento deve ser reduzido para R$ 405.

No entanto, Lula tem pouco espaço de manobra com grande parte do orçamento do próximo ano já alocado pelo Congresso e pelo governo do atual presidente Jair Bolsonaro. Também é restringido pelo teto de gastos constitucionalmente estipulado no Brasil, conhecido como Titoo que limita o aumento do orçamento para a inflação.

Depois de se reunir com líderes do Congresso nesta semana, Lula – que por pouco A direita derrotou Bolsonaro nas eleições No mês passado – ele optou por buscar uma emenda constitucional que colocaria 175 bilhões de reais (US$ 32 bilhões) em dinheiro para seus planos de bem-estar, contornando suas restrições.

É uma estratégia arriscada que inevitavelmente envolverá concessões políticas, mesmo antes de o presidente de 77 anos assumir o cargo em 1º de janeiro. Causando desconforto entre alguns investidores. O real brasileiro caiu cerca de 5% em relação ao dólar americano na semana passada, enquanto o índice de ações caiu 7% e o custo dos empréstimos do governo subiu.

Muitos economistas continuam preocupados com o compromisso de Lula com a responsabilidade fiscal, especialmente porque ele ainda não indicou a direção econômica de seu governo com a nomeação de um ministro da Fazenda.

“A emenda está em negociação sem a nomeação do ministro da Fazenda e os números mencionados são muito altos”, disse Raffaella Vitoria, economista-chefe do Banco Inter. “Parece que os políticos estão mais uma vez aproveitando a oportunidade de aumentar os gastos sem prestar contas.”

Conhecidos como PECs, modificações de constituição Ele deve ser aprovado por três quintos dos parlamentares em duas votações consecutivas em cada câmara do Congresso – um processo demorado que a equipe de Lula precisa concluir até meados de dezembro para manter os R$ 600 pagos em janeiro.

Politicamente, a medida daria alavancagem aos líderes do Congresso.

Arthur Lera, presidente da Câmara dos Deputados, e Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, buscam a reeleição em fevereiro e usarão a Comissão Eleitoral Presidencial como moeda de troca para gerar apoio às suas indicações.

Lira, um aliado próximo de Bolsonaro, rapidamente abraçou Lula após sua vitória eleitoral em 30 de outubro em uma mudança que destacou a resiliência política de Brasil.

De acordo com a emenda proposta, R$ 105 bilhões de gastos previdenciários existentes, incluindo o pagamento mensal em dinheiro de R$ 400 do Auxílio Brasil, serão colocados fora do teto de gastos.

Outros R$ 70 bilhões serão destinados para manter o Auxílio Brasil no patamar atual de R$ 600 e criar uma nova doação de R$ 150 bilhões para famílias pobres com crianças menores de seis anos. A votação da emenda deve começar ainda este mês.

Aliados de Lula dizem que querem manter o programa previdenciário permanentemente de fora Titoembora essa possibilidade tenha levantado preocupações sobre a derrapagem financeira e provavelmente complicará a aprovação da emenda pelo Congresso.

Antes da seleção da KPU, Lula havia considerado a emissão de uma ordem executiva uma vez no cargo, o que lhe permitiria manter altos pagamentos de bem-estar.

No entanto, isso pode acontecer muito tarde para a folha de pagamento do mês, o que significa que os beneficiários receberão pagamentos reduzidos durante as primeiras semanas no cargo.

Reportagem adicional de Carolina Ingiza e Michael Buller

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