Jair Bolsonaro é proibido de concorrer a cargos públicos por 8 anos

Andressa Anholet/Bloomberg/Getty Images

Jair Bolsonaro, o ex-presidente brasileiro, disse que vai recorrer da decisão.



CNN

O mais alto tribunal eleitoral do Brasil proibiu o ex-presidente Jair Bolsonaro de concorrer a cargos políticos até 2030, depois que ele foi considerado culpado de crimes. Abuso de seu poder e uso indevido da mídia pública durante a campanha eleitoral do ano passado.

Cinco dos sete juízes consideraram o ex-presidente culpado, encerrando efetivamente qualquer esperança de um retorno político nas próximas eleições de 2026. Dois juízes votaram contra a decisão, que impede Bolsonaro de concorrer a cargos públicos por oito anos.

O caso decorre de uma reunião que Bolsonaro teve com embaixadores estrangeiros em julho de 2022, na qual ele divulgou informações falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro e levantou dúvidas sobre sua credibilidade antes das difíceis eleições do ano passado. A reunião foi transmitida ao vivo nos canais oficiais de televisão e no YouTube.

O YouTube removeu a transmissão ao vivo do evento por não cumprir sua política de notícias falsas.

O desembargador Alexandre de Moraes, que presidiu o tribunal, deu seu voto ao final. “Vamos reafirmar nossa fé em nossa democracia e no estado de direito”, disse ele após votar a favor do veredicto de culpado.

Moraes acrescentou que, ao votar, as autoridades brasileiras mostrarão que não toleram “o extremismo criminoso que ataca as autoridades estatais, notícias falsas e desinformação na tentativa de enganar os eleitores”.

Bolsonaro nega qualquer irregularidade. Falando à estação de rádio brasileira Itatiaia na sexta-feira, Bolsonaro disse que planeja apelar da decisão do tribunal.

O político de extrema-direita perdeu a eleição pela margem mais estreita em décadas para o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os tumultos de 8 de janeiro viram manifestantes pró-Bolsonaro invadirem prédios do governo em Brasília, após semanas de manifestações sobre os resultados das eleições.

O caso No Tribunal Superior Eleitoral, uma ação movida pelo Partido Democrático dos Trabalhadores Brasileiros contra Bolsonaro e Walter Braga Neto, seu deputado nas eleições de 2022. A maioria dos juízes votou pela inocência de Braga Neto.

Durante o encontro com os embaixadores, o ex-presidente teria dito que as eleições de 2022 poderiam ser prejudicadas por fraudes, segundo relatório do juiz Benedetto Gonçalves.

Bolsonaro também teria dito que em 2018 as urnas alteraram as escolhas dos eleitores em favor de seu oponente e que as urnas brasileiras não são auditáveis, ao mesmo tempo em que insinuam que as autoridades eleitorais e judiciais estavam protegendo “terroristas”, acrescentou o relatório.

As autoridades eleitorais brasileiras negaram tais alegações de falhas no sistema eleitoral.

O processo no Supremo Tribunal Eleitoral é um entre vários contra o ex-presidente.

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