O Brasil encerrou 2022 com uma inflação de cerca de 6%, informou o instituto oficial de estatísticas nesta terça-feira, um número inferior ao do ano anterior, mas ainda acima da meta do governo.
O governo tinha como meta um aumento de 3,5%, mas a inflação fechou o ano em 5,8%.
Este foi o quarto ano consecutivo em que a inflação superou a meta de Brasília.
No entanto, a taxa de inflação caiu quase pela metade em comparação com os 10,1% registrados em 2021.
A inflação manteve-se estável em dezembro em 0,62 por cento, pelo terceiro mês consecutivo de alta, devido em parte aos preços mais altos da saúde e dos alimentos.
A inflação foi uma grande preocupação para os eleitores nas eleições presidenciais de outubro passado, quando o esquerdista Luiz Inácio Lula da Silva destituiu por pouco o presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro.
Lula, que tomou posse em 1º de janeiro, prometeu combater a pobreza que atinge dezenas de milhões de brasileiros.
A chegada de um governo de esquerda com planos de implementar programas sociais ambiciosos foi recebida com nervosismo pelos mercados, temendo uma invasão dos cofres públicos, levando a pressões inflacionárias, num momento em que esse indicador parece estar melhorando.
Em dezembro, o banco central manteve sua principal taxa de juros em 13,75% devido à “incerteza” sobre a inflação.
Essa taxa atingiu a mínima histórica de 2% em março de 2021, quando o Banco tentou estimular os gastos pós-pandemia.