Inflação diminui no Brasil à medida que formuladores de políticas buscam aumentar as taxas de juros em agosto

(Bloomberg) — A inflação anual do Brasil diminuiu em meados de junho, mas permaneceu acima de 12%, dando uma pausa limitada ao ciclo do banco central de aumentar as taxas de juros e aos planos de reeleição do presidente Jair Bolsonaro.

Os preços ao consumidor subiram 12,04% em relação ao ano anterior, aproximadamente em linha com a estimativa média de 12,03% em uma pesquisa da Bloomberg. Na sexta-feira, o Instituto Nacional de Estatística informou que a inflação foi de 0,69% mensalmente.

Os custos de transporte subiram 0,84%, abaixo da leitura do mês anterior de 1,80%, mas ainda um dos principais impulsionadores para meados de junho. As pressões de preços mostraram-se generalizadas, com aumentos em todos os produtos e serviços pesquisados, incluindo saltos em vestuário e saúde.

Os formuladores de políticas liderados por Roberto Campos Neto aumentaram a taxa de juros novamente para agosto, somando-se ao ciclo violento que já aumentou os custos de empréstimos em 11,25 pontos percentuais desde março de 2021. custos. commodities globais. Para complicar ainda mais, a petrolífera estatal local, Petroleo Brasiliero, na semana passada elevou os preços da gasolina e do diesel.

As taxas de swap para contratos com vencimento em janeiro de 2023, que mostram o sentimento dos investidores em relação à política monetária no final do ano, aumentaram 5 pontos base nas negociações da manhã.

O que diz a Bloomberg Economics:

A inflação continua aquecida e generalizada, desafiando as intenções dos banqueiros centrais de encerrar o ciclo de aperto. O banco central do Brasil agora afirma ter como meta a inflação “em torno da meta” em 2023, mas mesmo isso pode ser difícil de alcançar, dada a estagnação nos ganhos de preços. Olhando para o futuro, a leitura da inflação para todo o mês de junho e os novos números para as expectativas de inflação e o desempenho do rial serão variáveis ​​críticas para determinar se o banco central opta por mover 25 ou 50 pontos base em agosto, e se isso será o último do ciclo, como parece ser a autoridade monetária.

Adriana Dupita, economista brasileira

Campos Neto disse a repórteres na quinta-feira que o conselho do banco central aumentará os custos dos empréstimos em meio ponto percentual ou menos em sua próxima decisão política como parte dos esforços para aproximar a inflação da meta do próximo ano.

Leia mais: presidente do Banco Central do Brasil diz que visa inflação abaixo de 4%

A maioria dos analistas espera que a inflação atinja 8,5% em 2022 e 4,7% em 2023, segundo as últimas estimativas publicadas pelo banco central. A Autoridade Monetária tem como meta preços ao consumidor em 3,5% e 3,25% para esses dois anos, respectivamente.

O aumento do custo de vida provou ser a maior dor de cabeça de Bolsonaro antes das eleições presidenciais de outubro. O chefe de Estado, que sucedeu o rival Luis Inácio Lula da Silva em pesquisas de opinião recentes, apoiou medidas para cortar impostos sobre combustíveis. Ele agora está considerando se deve coletar assistência em dinheiro para os pobres.

(Atualizações com detalhes do release, comentários de analistas do terceiro parágrafo)

© Bloomberg LP 2022

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