Gabriel Martinez sobre o cinema brasileiro “One Mars”

O crescimento nunca é fácil. Especialmente se você for pai. Vencedor do Paradiso WIP de $ 10.000 da Ventana Sur, um dos maiores prêmios do evento e um dos títulos interessantes deste ano na seção Pix-in-post da Copia Final, “Mars One” retrata “Uma classe média baixa, alta Uma família negra de classe média mantém seus sonhos vivos em um Brasil contemporâneo e em mudança. Mas os sonhos dos pais sobre os filhos não são partilhados pelos filhos, obrigando a geração mais velha a adaptar-se a um mundo imprevisível onde valores antigos são substituídos por novos.

“Mars One” é produzido pela Filmes de Plástico, Thiago Macedo Correa, que teve quatro filmes selecionados em Cannes, sendo três deles na Quinzena dos Realizadores e “Os Mortos e os Outros”, vencedor do Prêmio Especial do Júri em Cannes 2018. Esse enorme sucesso no festival estabeleceu a Filmes de Plástico – e os escritores e diretores André Novaes Oliveira, Gabriel Martins, Maurilio Martinez e o produtor Macedo Correa – como uma grande força que molda o novo cenário cinematográfico do Brasil. diverso Fale com Martins antes de Ventana Sur.

“Mars One” estreará em uma edição quase concluída na Ventana Sur, cerca de uma semana depois que a Netflix anunciou que estava procurando mais histórias no Brasil, fora de São Paulo e Rio de Janeiro. Os acontecimentos do filme acontecem na cidade de Contagem, próximo a Belo Horizonte. Que vantagens técnicas esta configuração “regional” específica oferece?

Acho que estamos desenvolvendo narrativas num lugar onde não temos uma grande bagagem histórica no cinema. Isso nos dá a chance de explorar muitos lugares que nunca foram vistos através das lentes de um filme antes. Temos muitos aspectos muito especiais deste lugar, desde a geografia até a forma como as pessoas falam, e acho que isso interessa a muita gente como algo novo. Do nosso ponto de vista, é o mundo em que crescemos, mas ao mesmo tempo é um novo mundo que construímos durante as filmagens.

Como base de produção?

Para nós, é como fotografar nosso quintal. Essas pessoas são familiares e amigos de longa data e tudo está normal. Eles vivem o cinema connosco, aprenderam a “linguagem” do cinema e já estão familiarizados com as exigências de um cenário cinematográfico.

Talvez um dos desafios seja não ser visto como um “cineasta de Contagem” cujos filmes são tão naturalistas e semiautobiográficos que se assemelham tanto.

Acho que nossos filmes têm sabores próprios, mas gravitam em torno de emoções e desafios universais. Penso que a questão principal é o estatuto da cultura que consideramos dominante. Se você parar para pensar, descobrirá que muitos aspectos da cultura americana foram trazidos ao mundo como universais, embora sejam muito específicos. Além disso, acho que nossos filmes nem sempre são naturalistas ou semiautobiográficos. Acho que estamos trabalhando em um mundo muito imaginativo e fantástico que se inspira muito em histórias verdadeiras. A questão é que fluímos de uma forma que faz com que nossas narrativas pareçam muito orgânicas.

“Mars One” centra-se nos Martins, uma família negra de classe média baixa. Os heróis negros estão finalmente se tornando mais comuns no cinema brasileiro?

É um progresso lento, mas é justo dizer que tivemos muitos romances na última década. Especificamente nos últimos cinco anos, tivemos uma onda poderosa de cineastas negros que, acredito, mudarão o cinema mundial para sempre.

“Mars One” foi produzido pela Filmes de Plástico, que apresentou três filmes em duas semanas para os diretores. Também penso nisso como um centro de talentos, com três roteiristas, dois diretores e um produtor. Mas você pode explicar brevemente seu funcionamento e vantagens?

Sempre trocamos opiniões honestas sobre o trabalho uns dos outros e ao mesmo tempo respeitamos a trajetória e as descobertas de cada um. Sinto que é difícil estar sincronizado o tempo todo, mas conseguimos ser como uma banda que, apesar das nossas diferenças, tem o mesmo tipo raro de vibração quando estamos prestes a tocar.

O filme é um dos quatro títulos brasileiros na Primer Corte/Copia Final, o que parece uma conquista notável para um país depois de três anos sob um governo que desacelerou o financiamento a um nível em grande parte glacial. Como foi financiado o “Mars One”?

Foi financiado através de um financiamento único, denominado Upside dentro do Fundo de Baixo Orçamento. Foram premiados e filmados três filmes: “Mars One” e “Cabeça de Nêgo” de Deo Cardoso e “Um dia com Jerusa” de Vivian Ferreira.

Neste contexto, qual é o significado do Prêmio WIP Ventana Sur Paradiso?

Deu-nos a oportunidade de terminar o filme da forma que queríamos, ao mesmo tempo que pudemos fazer muitas escolhas criativas que só seriam possíveis com aquele dinheiro. Estamos muito gratos e felizes com esta homenagem.

Filmes plásticos

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Créditos: Mauro Vega

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