(Reuters) – O Brasil é o favorito das casas de apostas para vencer a Copa do Mundo, mas a falta de amistosos contra um adversário europeu nos últimos quatro anos preocupa o técnico Tite, que teme que isso possa lhe custar uma derrota no Catar.
O brasileiro foi sorteado no Grupo G na sexta-feira e enfrentará Suíça, Sérvia e Camarões na final.
É sem dúvida o melhor time da América do Sul ao lado da Argentina, com 45 pontos nos playoffs e invicto em todas as 17 partidas.
Mas sem tempo para jogar contra times como França, Espanha, Inglaterra e Alemanha, Tite admitiu que há uma dúvida sobre o quão bons são os pentacampeões mundiais.
“Não temos esses confrontos, então há dúvidas”, disse ele no ano passado.
Nos quatro anos entre as duas últimas Copas do Mundo, o Brasil enfrentou oito seleções europeias, incluindo a campeã Alemanha, a anfitriã Rússia e a eventual campeã França.
No entanto, nos quatro anos desde que a Bélgica foi eliminada nas quartas de final na Rússia, eles encontraram apenas uma equipe da Europa, ao vencer a República Tcheca por 3 a 1 em um amistoso de março de 2019.
Isso se deve em parte à pandemia do COVID-19, que reduziu o calendário do futebol desde 2020, mas também à Liga das Nações.
O lançamento da Liga das Nações em 2018, segundo a UEFA, foi pensado para “reduzir o número de amistosos sem sentido”.
No entanto, o Brasil vê esses amistosos não como sem sentido, mas como uma oportunidade para se testar contra o melhor jogador do mundo, e Tite pediu repetidamente à Confederação Brasileira de Futebol para organizar partidas contra clubes europeus.
“Qualquer amistoso contra qualquer time europeu porque é importante”, disse ele a repórteres no ano passado. “Nós queremos. O lado quer.”
Os europeus, por sua vez, parecem menos preocupados, se os comentários do técnico da Espanha, Luis Enrique, servirem de base.
Quando perguntado sobre a falta de encontros transatlânticos, ele deu de ombros.
“Acho que não sentimos falta de jogar contra times de outros continentes”, disse ele à TNT Sports Brasil na semana passada. “As seleções europeias são de alto nível, e os quatro semifinalistas da última Copa do Mundo eram da Europa”.
“No dia em que jogarmos contra eles, faremos o nosso melhor. Vai ser difícil, claro, mas não acho que seja um problema.”
(Reportagem de Andrew Downey; Edição de Claire Fallon)