Fortes chuvas e inundações matam dezenas na “cidade imperial” do Brasil

RIO DE JANEIRO (Reuters) – Pelo menos 94 pessoas morreram na histórica cidade montanhosa brasileira de Petrópolis, depois que chuvas torrenciais provocaram deslizamentos de terra que soterraram casas, inundaram ruas e arrastaram carros e ônibus, disseram autoridades do governo local nesta quarta-feira.

Aninhada nas colinas acima do Rio de Janeiro, Petrópolis, ou “Cidade Imperial”, era o retiro de verão dos reis do Brasil no século XIX. Na quarta-feira, havia poucas evidências de seu charme real, depois que as inundações devastaram suas ruas elegantes e destruíram seus edifícios germânicos. A precipitação de terça-feira superou a média de todo o mês de fevereiro.

Hilda, uma moradora que se recusou a revelar seu nome completo, ficou pasma enquanto esperava na rua perto das ruínas de sua casa que ela dividia com oito pessoas.

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“Perdi minha sobrinha e sua filha de cinco anos, que ainda não encontramos”, disse ela. “Nós não esperávamos essa tragédia. Nossa cidade está acabada.”

No bairro do Morro da Officina, até 80 casas foram danificadas por deslizamentos de terra, segundo autoridades que esperam que o número de mortos aumente. O Corpo de Bombeiros e as equipes da Defesa Civil local estavam trabalhando no local.

“É quase uma guerra”, disse o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, a repórteres no local, “carros pendurados em postes, carros capotados, muita lama e água ainda estão parados”.

A Câmara Municipal de Petrópolis decretou três dias de luto. Os deslocados foram levados para escolas e abrigos. Mais de 300 pessoas foram forçadas a deixar suas casas.

“A água veio muito rápido e muito forte. Minha perda foi de 100%. Nossa vida foi muito difícil com a epidemia, menos movimento e essa tragédia ainda está por vir”, disse o lojista Henrique Pereira.

O presidente Jair Bolsonaro, que está viajando para a Rússia, disse no Twitter que pediu aos ministros para ajudar Petrópolis e atacar as vítimas.

“Nós realmente pretendemos dar ao prefeito o que podemos”, disse Bolsonaro a repórteres em Moscou, acrescentando que liberaria fundos federais para ajudar a “restaurar o tráfego na área”.

Desde dezembro, fortes chuvas causaram inundações e deslizamentos de terra no nordeste do Brasil e no estado de São Paulo, ameaçaram atrasar as colheitas na região centro-oeste do país e forçaram brevemente a suspensão das operações de mineração em Minas Gerais.

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(Relatório) Enviado por Rodrigo Vega Gayer e Sebastian Rosandio; Escrito por Marcella Ayres e Peter Frontini; Edição por Alex Richardson, Cynthia Osterman e Grant McCall

Nossos critérios: Princípios de Confiança da Thomson Reuters.

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