Fortalecimento das relações econômicas entre Brasil e Coreia

Márcio Elias Rosa
O autor é o Vice-Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços do Brasil.

O Brasil e a Coreia mantêm uma relação multifacetada que inclui muitos aspectos culturais, diplomáticos e econômicos. A parceria atingiu um marco importante neste ano: comemoramos os 60 anos da imigração coreana no Brasil. Existem hoje mais de 50 mil coreanos vivendo no Brasil e mais de 120 empresas coreanas foram estabelecidas em nosso país. O Brasil é o maior destino de investimentos da Coreia na América Latina.

Neste contexto, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços do Brasil dedicou-se a promover o diálogo com a Coreia.

Ao analisar os fluxos comerciais e de investimento entre os dois países, podemos ver claramente a importância desta relação bilateral e o seu enorme potencial para um maior desenvolvimento. A Coreia é o 11º maior destino das exportações brasileiras, enquanto o Brasil é o 23º maior destino das exportações coreanas.

Ainda há espaço para as indústrias brasileira e coreana explorarem oportunidades mutuamente benéficas. O Brasil exporta principalmente commodities, como petróleo, milho, soja e minério de ferro, além de carne de frango, para a Coreia. Importamos diversos produtos dos setores automotivo, eletroeletrônico, máquinas e equipamentos. No entanto, somos produtores e fornecedores de bens industriais para a América Latina. Não há dúvida de que existe potencial para uma maior integração produtiva entre as indústrias do Brasil e da Coreia. Essa relação pode e deve ser melhorada.

O MDIC realizará reuniões com instituições governamentais coreanas e indústrias inovadoras para esse fim. Temos a responsabilidade de reforçar a nossa convicção: numa altura em que as nossas agendas de sustentabilidade ambiental, social e económica estão a convergir como nunca antes, o reforço da cooperação e do diálogo entre os nossos governos e os sectores privados tem o potencial de elevar a nossa parceria a novos patamares e de trazer benefícios mútuos. benefícios para nossas comunidades.

Discutiremos uma ampla e promissora gama de tópicos esta semana: bioeconomia, transição energética, produtos de alta tecnologia como semicondutores, biofarmacêuticos, cosméticos e muito mais.

O Brasil tem a maior biodiversidade do planeta, de acordo com as Nações Unidas, com 15 a 20 por cento de todas as espécies animais e vegetais vivendo dentro de nossas fronteiras. Além disso, temos o mix de eletricidade mais limpo do mundo: 88% do nosso consumo total provém de fontes renováveis.

O Brasil tem um potencial incomparável para produzir biocombustíveis, hidrogênio verde, energia eólica e solar. O nosso país também implementou reformas estruturais, incluindo impostos, e espera-se que a economia cresça pelo menos 3% em 2023. A inflação está sob controlo e as taxas de juro estão a cair. Portanto, o ambiente de negócios é muito favorável.

Temos certeza de que o Brasil e a Coreia têm muito em que podem cooperar e avançar juntos, principalmente na área de tecnologia industrial e P&D.

Não há dúvida de que uma parceria económica forte e mutuamente benéfica constituirá um passo importante rumo a uma nova industrialização.

Esta é a razão pela qual visitei a Coreia.

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