SÃO PAULO (Reuters) – A companhia aérea brasileira Avianca Brasil planeja se dividir em sete unidades que serão vendidas em leilão separado, com as concorrentes LATAM Airlines e Jules Linhas Intelligence planejando licitar por algumas dessas peças em um leilão de falência.
O plano de separação da companhia aérea, que foi apresentado em um tribunal brasileiro na quarta-feira, é um grande afastamento de uma proposta anterior e adiciona uma nova competição para alguns dos aeroportos mais desejados do Brasil. Mas também fecha a porta para uma licitação anterior da concorrente Azul SA.
A Azul assinou um acordo preliminar este mês para pagar pelo menos US $ 105 milhões a um seleto grupo de ativos da Avianca Brasil, uma proposta que os analistas viram como um golpe, vendo-a como uma forma de a Azul desafiar seus maiores concorrentes: LATAM e Gol.
No mês passado, a Azul forneceu uma injeção de dinheiro muito necessária para a Avianca Brasil de 31,6 milhões de reais (US $ 8,21 milhões) depois que ela deixou de pagar seus salários.
Mas o novo plano da Avianca Brasil inclui dividir os ativos que a Azul buscou, que incluem horários de aeroportos e seu programa de milhas de fidelidade, em várias novas empresas.
A Gol e a LATAM estão oferecendo agora pelo menos US $ 70 milhões cada, e ambas disseram que suas ofertas foram solicitadas pelo maior credor da Avianca Brasil, o fundo de hedge Elliott Management.
Uma pessoa envolvida no processo de falência disse na semana passada que surgiram disputas entre a Azul e os credores que ameaçaram inviabilizar a oferta inicial de US $ 105 milhões.
A Azul se recusou a comentar o status de sua oferta potencial. A Azul certamente ainda pode licitar, mas não em sua proposta inicial, que também envolvia a aquisição de vários arrendamentos da Avianca.
O CEO da Azul, John Roderson, disse à Reuters em março que acreditava ser improvável que a América Latina ou a Jules pudessem fazer uma oferta pela Avianca Brasil devido a potenciais questões antitruste. Mas dividir a Avianca Brasil em pedaços menores poderia ajudar essas companhias aéreas a criar aeroportos mais favoráveis e evitar problemas antitruste.
A Avianca Brasil, a quarta maior companhia aérea do país, pediu concordata em dezembro após deixar de pagar aos arrendadores de aeronaves. Apesar da falta de pagamentos, os juízes brasileiros têm permitido repetidamente que a companhia aérea em dificuldades continue voando seus aviões.
(Relatório Marcelo Rochabun) Co-reportagem de Tatiana Bautzer. Editado por Bernadette Baum e Susan Thomas