Economia brasileira encolhe pelo terceiro mês em meio a altas taxas de juros

(Bloomberg) — A atividade econômica no Brasil caiu pelo terceiro mês consecutivo em outubro, sugerindo que 2023 provavelmente terminará fraco, à medida que as taxas de juros mais altas do banco central finalmente frearem o crescimento.

O índice de atividade económica do banco, indicador do produto interno bruto, caiu 0,06% face ao mês anterior, praticamente em linha com as expectativas dos analistas de uma queda de 0,1%. Há um ano, a atividade crescia 1,54%, segundo dados publicados nesta quarta-feira.

Os decisores políticos liderados por Roberto Campos Neto reforçaram a necessidade de manter uma política monetária restritiva para controlar a inflação, mesmo quando começaram a reduzir os custos dos empréstimos. O índice de referência Selic foi reduzido em dois pontos percentuais desde agosto, para 11,75%, e cortes adicionais são esperados no próximo ano. Os preços no consumidor aumentaram a um ritmo mais moderado, embora as expectativas de inflação para 2024 e anos seguintes permaneçam acima da meta.

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A maior economia da América Latina tem sido amplamente capaz de suportar taxas de juro elevadas, crescendo acima das expectativas durante a maior parte de 2023. Após uma colheita forte que impulsionou a actividade nos primeiros meses do ano, as famílias beneficiaram de gastos governamentais mais elevados, taxas de inflação mais baixas e uma mercado de trabalho mais forte. . Contudo, as vendas a retalho caíram inesperadamente em Outubro e a produção industrial pouco cresceu nesse mês.

Os decisores políticos disseram que o consumo das famílias permaneceu relativamente estável, enquanto o investimento privado diminuiu. Os economistas esperam que o PIB cresça perto de 3% este ano e 1,5% em 2024.

Espera-se que o PIB potencial do Brasil continue a aumentar nos próximos anos, à medida que a tão esperada reforma tributária aprovada pelo Congresso esta semana entre em vigor. Os benefícios a longo prazo desta reforma estiveram entre as razões citadas pela agência de classificação Standard & Poor’s para elevar a classificação soberana do Brasil na terça-feira.

©2023 Bloomberg L.P.

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