Desmatamento na Amazônia brasileira bate recorde trágico em 2022

Uma vista aérea mostra uma área desmatada da floresta amazônica em Labria, estado do Amazonas, Brasil, em 15 de setembro de 2021.

Evaristo Sá | AFP | Imagens Getty

O desmatamento na Amazônia brasileira durante o primeiro semestre de 2022 bateu todos os recordes, uma medida da crescente destruição ocorrida sob a presidência de Jair Bolsonaro.

Imagens de satélite tiradas entre janeiro e junho mostram que 1.500 milhas quadradas de floresta foram destruídas, mais do que qualquer período de seis meses em sete anos de registros sob a metodologia atual. O alcance é quatro vezes o tamanho da cidade de Nova York.

O que torna a estatística ainda mais atraente é que o desmatamento ocorre durante a estação chuvosa. Historicamente, o desmatamento é mais alto na segunda metade do ano mais seco, quando áreas remotas são mais fáceis de alcançar nas estradas não pavimentadas da área.

Uma vista aérea mostra uma área desmatada da floresta amazônica em Labria, estado do Amazonas, Brasil, em 15 de setembro de 2021.

Mauro Pimentel | AFP | Imagens Getty

O Brasil também realizará uma eleição presidencial em outubro, o que geralmente reduz a aplicação da lei na região amazônica. Bolsonaro concorrerá a um segundo mandato de quatro anos. Atualmente, ele está atrás do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva nas pesquisas.

A área devastada no primeiro semestre de 2022 é 80% maior do que no mesmo período de 2018, ano anterior à posse de Bolsonaro, segundo análise do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, ou IPAM, organização brasileira sem fins lucrativos.

E quase metade da extração ocorreu em terras públicas, de acordo com uma análise do IPAM. O padrão no Brasil é que os criminosos apreendem terras públicas e esperam que essas áreas sejam legalizadas para agricultura ou pecuária no futuro.

Imóveis e outras transações ilegais de madeira, bem como a falta de fiscalização, estão contribuindo para o aumento das taxas de desmatamento, de acordo com Annie Alencar, diretora científica do IPAM.

“Aqueles que controlam a Amazônia não querem mantê-la”, disse Alencar à Associated Press em entrevista por telefone. “A selva permanente não tem valor na Amazônia hoje.”

A derrubada mais voraz ocorreu no estado do Amazonas, superando tanto o Pará quanto o Mato Grosso, que historicamente registram a maior perda de árvores. Esta é uma tendência preocupante, já que o Amazonas se encontra nas profundezas da floresta tropical e permaneceu intocado em relação a outras regiões amazônicas.

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