As áreas de floresta de biodiversidade continuam a ser desmatadas no Brasil para criar gado e cultivar culturas como a soja.
foto: Pixabay/Eismanhans
Em 2006, várias empresas concordaram em não comprar soja cultivada no Brasil em terras desmatadas para cultivo por meio do corte de florestas. No entanto, na década seguinte, o desmatamento na floresta amazônica diminuiu apenas 1,6% com a área de floresta protegida cobrindo apenas 2.300 quilômetros quadrados.
Este é apenas o tamanho de Oxfordshire no Reino Unido. Enquanto isso, grandes áreas de floresta foram perdidas durante o mesmo período, observa uma equipe internacional de cientistas da Universidade de Cambridge, Universidade de Boston, ETH em Zurique e Universidade de Nova York em Novo estudo.
Pior: esses compromissos de desmatamento zero não foram efetivamente adotados na savana tropical brasileira chamada cerrado, deixando mais da metade das florestas adequadas para a soja e sua rica biodiversidade desprotegidas, dizem os pesquisadores.
A moratória da soja foi o primeiro compromisso voluntário de não desmatamento nos trópicos, e as empresas que a assinaram concordaram em não comprar soja produzida em terras obtidas por meio de desmatamento após 2006. Até o ano passado, pelo menos 94 empresas alimentícias adotaram o compromisso de desmatamento eliminar de suas cadeias produtivas as culturas produzidas por meio do desmatamento.
No entanto, esses compromissos foram mal implementados, enquanto muitas pequenas e médias empresas de alimentos não assumiram nenhum compromisso em primeiro lugar, dizem os cientistas. Além disso, embora o compromisso tenha sido implementado na Amazônia brasileira, a maior parte da soja brasileira é produzida na região do Cerrado, que é igualmente rica em biodiversidade.
O resultado é o desmatamento contínuo de áreas de floresta de biodiversidade no Brasil para criar gado e cultivar culturas como a soja. À medida que a demanda global por soja aumenta, cerca de 4.800 quilômetros quadrados de floresta tropical são desmatados a cada ano apenas para cultivar essa cultura para alimentos e forragem amino.
Os cientistas observam que a soja também responde por cerca de 27% da produção global de óleo vegetal e é uma parte essencial de muitas dietas vegetarianas e veganas.
diz Rachel Garrett, Professora de Conservação e Desenvolvimento do Instituto de Pesquisa em Conservação da Universidade de Cambridge.
Garrett ressalta que “se os comerciantes de soja realmente implementarem seus compromissos globais com o desmatamento, os níveis atuais de desmatamento no Brasil podem cair cerca de 40%”.
Os pesquisadores dizem que suas descobertas sugerem que os esforços do setor privado não são suficientes para impedir o desmatamento e que o governo também deve desempenhar um papel vital na preservação do meio ambiente.
“A gestão da cadeia de suprimentos não deve substituir as políticas florestais estatais, que são essenciais para permitir o monitoramento e a fiscalização do desmatamento zero e têm melhor potencial para cobrir diferentes culturas, usuários da terra e regiões”, diz Garrett.
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