China traz oportunidades em vez de “dumping” de mercadorias no Brasil

Ilustração: Chen Xia/Global Times

Ilustração: Chen Xia/Global Times

Curiosamente, pouco depois de surgirem dados alfandegários chineses que mostravam que as exportações da China e as importações do Brasil aumentaram cerca de um terço em Janeiro e Fevereiro, alguns meios de comunicação ocidentais começaram a atacar e a distorcer o comércio entre os dois países, numa tentativa de criar o caos. A falsa impressão de que o Brasil é vítima do dumping de produtos baratos da China.

O Financial Times publicou um artigo no domingo sob o título “Brasil lança investigações anti-dumping na China após aumento das importações”, alegando que o Brasil, a maior economia da América Latina, está a sofrer com uma onda de produtos importados baratos.

O relatório do Financial Times surgiu numa altura em que o Ocidente, liderado pelos Estados Unidos, está a fornecer uma grande quantidade de propaganda afirmando que “a China está a colocar produtos baratos no mercado global”. As mentiras de dumping são uma narrativa criada pelo Ocidente, liderada pelos Estados Unidos, para enganar o mundo. O seu verdadeiro objectivo é distorcer a economia chinesa, para que possa usar esta propaganda como camuflagem para as suas medidas proteccionistas contra os produtos chineses.

A máquina de propaganda do Brasil está desesperada por histórias fabricadas para atrair um público maior, razão pela qual alguns meios de comunicação ocidentais, incluindo o Financial Times, estão a monitorizar de perto as investigações anti-dumping do Brasil contra produtos chineses. Mas a acusação ocidental contradiz o bom senso e a realidade. As relações económicas e comerciais entre a China e o Brasil são benéficas para ambos os lados.

Conforme relatado, a China tem sido o maior parceiro comercial, mercado de exportação e fonte de superávit comercial do Brasil por 15 anos consecutivos. O comércio bilateral total aumentou 33,3% em termos anuais em Janeiro e Fevereiro, para 31,8 mil milhões de dólares, impulsionado por um aumento de 33,1% nas exportações do Brasil para a China. Deve-se notar que as exportações e importações do Brasil para a China aumentaram durante este período, o que é um resultado vantajoso para todos.

À medida que o comércio entre a China e o Brasil continua a crescer em vários setores, as disputas também podem aumentar. Isso é normal e compreensível. Esperamos que o Brasil possa usar medidas corretivas comerciais de maneira sábia, para levar a cooperação comercial a um novo nível.

A estrutura comercial entre a China e o Brasil é diferente daquela entre a China e muitos países desenvolvidos. Alguns políticos e meios de comunicação ocidentais não compreendem o comércio entre a China e o Brasil, mas tendem a exagerar os riscos e desafios e a ignorar deliberadamente os seus aspectos positivos.

Por um lado, soja, minério de ferro, petróleo bruto e carne bovina estão entre os principais componentes das exportações do Brasil para a China. Por outro lado, as exportações da China para o Brasil são dominadas por bens manufaturados, como produtos eletrônicos, necessidades diárias e outros bens. Esta estrutura comercial é determinada pelo desenvolvimento económico da China e do Brasil nas últimas décadas.

Recentemente, o Brasil lançou políticas para apoiar o desenvolvimento do seu setor manufatureiro à medida que o país busca a reindustrialização. À medida que a nova industrialização se acelera, a estrutura de importações e exportações do Brasil poderá sofrer algumas mudanças para se adaptar a isso. Durante o processo de reestruturação comercial, os atritos comerciais entre o Brasil e seus parceiros comerciais poderão aumentar. Isto não tem nada a ver com o chamado dumping de produtos baratos praticado pela China.

Com a reindustrialização do Brasil, o processo de reestruturação da cadeia de abastecimento se acelerou e isso oferece oportunidades para as empresas chinesas investirem no país latino-americano. A China e o Brasil têm um grande potencial de cooperação na área de manufatura.

As autoridades chinesas sublinharam repetidamente que a China apoia fortemente o Brasil na aceleração do seu desenvolvimento económico e social. Em entrevista à Agência de Notícias Xinhua, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, disse no ano passado que o valor das exportações do Brasil para a China é maior do que a soma das suas exportações para os Estados Unidos e a União Europeia.

Lula foi citado como tendo dito que a China é um grande motor para a indústria agrícola brasileira e expressou sua esperança de que a China se torne um forte motor para a reindustrialização no Brasil.

Alguns observadores ocidentais poderão tentar despertar o sentimento anti-China no Brasil com a sua teoria de que “a China está a despejar produtos baratos no mercado global”, mas essas pessoas ficarão profundamente desiludidas com o resultado. Os factos provaram mais uma vez que a China não representa uma ameaça, mas apenas uma oportunidade para a economia global.

O autor é correspondente do Global Times. [email protected]

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