Brasileiros veem vermelho sobre a gruta de Santa do prefeito pró-Bolsonaro | Brasil

O Natal nunca foi branco em Rio Branco, uma cidade sufocante do rio Amazonas, onde as temperaturas de dezembro costumam chegar perto de 40°C.

Este ano também pode não ser vermelho, devido a um ding-dong politicamente carregado sobre a cor de uma gruta do Papai Noel que foi erguida pelo governo da cidade que apoia Jair Bolsonaro.

A estrutura de madeira teria sido construída fora da prefeitura na semana passada como parte das festividades sazonais ordenadas pelo prefeito conservador de Rio Branco, Tião Bocalom.

Mas havia um clamor imediato que o abrigo do Papai Noel tinha sido pintado de azul, a cor da festa de direita de Bocalom, em vez do vermelho mais comumente associado ao Papai Noel.

Alguns suspeitavam que o esquema de cores pouco ortodoxo refletia a crença entre os apoiadores do movimento de extrema direita de Bolsonaro de que o vermelho é a cor dos comunistas degenerados que eles alegam estar planejando transformar o país em uma ditadura ao estilo de Cuba.

“Nossa bandeira nunca será vermelha” é um dos gritos de guerra favoritos dos apoiadores de Bolsonaro, dos quais O prefeito de Rio Branco é um.

No sábado, o governo de Bocalom pareceu ceder a uma comoção crescente sobre a estranha tonalidade da gruta e foi repintada de branco e depois de vermelho na véspera de sua inauguração. “Parece piada, mas não é” disse o site de notícias local Ac24horas.

No domingo, porém, a moradia ribeirinha tinha novamente foi pintado de azul, deixando o prefeito lutando para explicar o fracasso de seu governo sobre a pintura politizada.

“Que diferença faz se é azul ou vermelho? Eu não sei por que as pessoas estão falando tanto sobre isso.” Bocalom estalou quando questionado sobre a polêmica por repórteres.

O prefeito afirmou que durante anos os políticos de esquerda que governaram Rio Branco e o estado do Acre pintaram as coisas de vermelho no Natal. “Agora estamos adotando o azul. Qual é o problema com isso?”

Analistas viram o furor da gruta amazônica como mais uma prova do cisma político muitas vezes ridículo que se abriu desde que Bolsonaro ganhou o poder em 2018, prometendo banir “bandidos vermelhos” de sua terra natal. “Nem mesmo o Papai Noel está imune” tuitou Thomas Traumann, comentarista político do Rio.

Bocalom tentou neutralizar a briga na segunda-feira, dizendo: “O Natal é azul, é vermelho, é amarelo”.

Na noite de segunda-feira, o Natal escureceu, depois que uma lona foi colocada sobre a cabana camaleônica do Papai Noel por razões que ainda não estavam claras.

“Vamos continuar acompanhando essa história para sabermos qual será a cor do Natal aqui em Rio Branco”, disse um perplexo repórter de rádio local, Victor Lebre, ouvintes seguros, enquanto os brasileiros lutavam para entender a disputa decorativa da cidade.

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