Brasil mira no mercado global de hidrogênio verde

“Grupos do UFC visitarão as fábricas MingYang e trocarão informações para criar equipamentos de produção eólica offshore adequados para nossa costa. Quando essas fábricas operarem no exterior, serão mais uma fonte de abastecimento para nosso centro”, diz o professor do UFC Augusto Albuquerque. estão criando parcerias para compartilhar conhecimento. Nosso sonho é ter um grande centro de desenvolvimento de hidrogênio verde na universidade ”, acrescenta, mas o sonho continua letra morta.

No vizinho estado do Rio Grande do Norte, um líder nacional Na produção de energia eólica, a eletricidade gerada pelo vento também pode abastecer fábricas de hidrogênio verde. Três empresas assinaram memorandos de entendimento com este estado para criar usinas de hidrogênio verde que usem a energia fornecida por futuros parques eólicos offshore.

Em outras regiões do Nordeste, duas empresas esperam instalar terminais de hidrogênio verde no porto de Swab, em Pernambuco. Longe da região, Austrália Fortescue Ela também tem planos Para um terminal no porto de Aco no Rio de Janeiro.

“O Nordeste vai ser exportador de energia, porque é um grande produtor de energia renovável, então pode atender a demanda local e ainda vender”, afirma Mônica Saraiva Panik, diretora de Relações Institucionais da Associação Brasileira de Hidrogênio. Os ganhos econômicos serão enormes. O hidrogênio verde será um pilar no processo global de descarbonização.

“Não só no Brasil. O hidrogênio verde pode mudar a geopolítica do mundo, porque os países não vão depender de reservas de gás ou petróleo. Quem tem energia renovável vai se destacar e isso coloca países da América Latina, Caribe e África no jogo.” ”

Exploração da China

Embora empresas sob diversas bandeiras já tenham anunciado o estabelecimento de futuras usinas de hidrogênio verde no Brasil, empresas apoiadas por capital chinês que operam no país ainda estão em fase de pesquisa do projeto.

Em 2020, a estatal chinesa de investimentos em energia e seu braço brasileiro, a SPIC Brasil, assinaram um memorando envolvendo o Instituto Cepel de Pesquisa Energética. De acordo com a empresa, serão investidos US $ 3,5 milhões em hidrogênio verde e pesquisa de energia inteligente, para apoiar o uso racional da energia. A SPIC Brasil disse que a primeira fase, já iniciada, “visa desenvolver tecnologia para ônibus e outros transportes públicos movidos a hidrogênio verde”. Diálogo chinês.

Não tenho dúvidas de que as empresas chinesas entrarão de forma agressiva no mercado brasileiro de hidrogênio

Em setembro, a CEO da empresa no Brasil, Adriana Waltric, Contar O jornal Valor Econômico informa que o hidrogênio verde é uma das preocupações da empresa. “Somos líderes na China em [green] O hidrogênio, é uma tecnologia que produz carbono zero e pode ser muito benéfica para o Brasil ”.

Em outro lugar, CTG Brasil, a subsidiária brasileira da China Three Gorges Corporation, Lançado Sua “Missão Estratégica do Hidrogênio Verde”, uma chamada à ação para parceiros em potencial.

“O objetivo é mapear o mercado brasileiro, entender e avaliar o potencial dos modelos de negócios e da cadeia de valor e tecnologias associadas, que devem gerar oportunidades de investimentos”, afirma Silvio Scucuglia, Diretor de Estratégia e Desempenho Empresarial da CTG Brasil. Diálogo chinês.

3 bilhões de dólares americanos

O valor do enorme projeto de hidrogênio verde anunciado pelo governo chinês na Província da Mongólia Interior

Podem participar na convocatória empresas públicas e privadas. Com US $ 3,2 milhões destinados a projetos, o CTG Brasil busca propostas voltadas para a produção, armazenamento e distribuição de hidrogênio verde, além de projetos voltados para o uso de combustível em áreas como agricultura, transporte e indústria.

A China é o maior produtor mundial de hidrogênio – mas o tipo cinza é produzido a partir de combustíveis fósseis poluentes (ver gráfico). Este ano, no entanto, anunciar Um grande projeto de hidrogênio verde na Mongólia Interior, com um investimento de 3 bilhões de dólares americanos.

Segundo Carlos Peixoto, CEO da consultoria H2Helium, é só uma questão de tempo para que iniciativas mais robustas surjam no Brasil. Ainda não vimos empresas chinesas fazerem muito movimento aqui em torno do hidrogênio verde. Mas eles estão definitivamente se preparando e de repente podem anunciar algo, como um eletrolisador de outro mundo. Não tenho dúvidas de que eles entrarão agressivamente no mercado brasileiro de hidrogênio. ”

A corrida global por recursos limpos

hoje é Matriz Energética Brasileira É composto por 48% de fontes renováveis ​​de energia, enquanto globalmente essa taxa é de 14%. Na matriz elétrica de potência, a diferença é maior. No Brasil, 83% da eletricidade é de fontes renováveis, enquanto o mundo só obtém 25% de toda a eletricidade de fontes renováveis.

No entanto, essas vantagens não impediram o Brasil de ficar para trás na COP26 na batalha climática. uma estude Publicado pela organização brasileira Observatório do Clima poucos dias antes da conferência, mostrou que, em 2020, as emissões brasileiras aumentaram 9,5%, enquanto no mundo diminuíram quase 7%, devido à pandemia de Covid-19.

Um passo para frente, dois passos para trás

A matriz energética do Brasil contém 48% de renováveis, o que é significativamente superior à média global. Mas também emite mais gases de efeito estufa do que a média global no ano passado – em grande parte devido ao aumento do desmatamento na Amazônia.

O levantamento aponta que o país lançou no ar 2,16 bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente no ano passado, o maior nível desde 2006, que, segundo os pesquisadores, está diretamente relacionado ao desmatamento da Amazônia.

Adicione esses dados a estude do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), publicado na revista Nature, que destaca que a floresta amazônica atualmente emite mais carbono do que absorve.

Historicamente, as transições de energia duraram duas gerações ou mais. Foi assim passar do carvão ao petróleo e depois ao gás ”, observa Emilio Matsumura, diretor executivo do E + Energy Transition Institute.“ A redução do carbono será em uma geração, porque é urgente ”.

Isso ajuda a explicar por que o hidrogênio verde ganhou os holofotes: por ser um grande estoque de energia, o hidrogênio pode ser usado em processos e atividades industriais que atualmente dependem fortemente de combustíveis fósseis e, portanto, grandes emissores de gases de efeito estufa.

Jams no brasil

Na visão de Carlos Peixoto, o Brasil começou tarde na corrida do hidrogênio verde, pois não tem nem regulamentação para o crescimento do setor (veja quadro), quando já mais de 30 países têm uma estratégia bem definida, segundo o Hydrogen Conselho. Relatório Publicado este ano. Em 2019, apenas três países – França, Coréia do Sul e Japão – tinham tais estratégias, ilustrando, diz Peixoto, a rapidez com que o mundo está se movendo em direção ao “hidrogênio renovável”.

“Temos que ir atrás, formar jovens, conseguir patentes. Temos condições de ser campeões, mas temos que começar logo”, diz o consultor, cuja empresa assinou memorando com a iniciativa do HUB no Ceará para trabalhar no projeto desenvolvimento.

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