Brasil joga bola | a estrela

Apesar de suas lutas com a armadilha da renda média nas últimas três décadas, o Brasil – o “B” no bloco BRICS (Brasil, Rússia, Índia e China) – tem um papel importante a desempenhar no sistema internacional em evolução, tendo como pano de fundo da ascensão da China.

Como a primeira potência militar e econômica da América Latina, o Brasil quer aumentar seu peso global e aspira seguir uma política externa e estratégica independente. Mas antes que possa fazê-lo, deve estabelecer os termos do compromisso com seu vizinho do norte e poder preeminente no mundo, os Estados Unidos.

Ao mesmo tempo, movimentos em Washington para arrastar o Brasil para uma aliança antichinesa devem ser evitados. Bruce Jones, Sophia Hart e Diana Paz García, da Brookings Institution, argumentam em um novo artigo que os formuladores de políticas dos EUA devem aceitar o reconhecimento de que a autonomia do Brasil pode ajudar a promover uma ordem internacional estável.

Quando o presidente brasileiro Lula da Silva retornar ao poder em 2022, uma de suas primeiras iniciativas é enfatizar a autonomia estratégica e a política externa independente no contexto da competição sino-americana emergente e intensificada.

Isso ficou evidente nas ações de Lula – o esforço para conquistar um papel de liderança para o Brasil nas negociações de paz sobre a guerra na Ucrânia; visita oficial a Pequim. Sua declaração sobre o suposto papel dos EUA em encorajar a guerra na Ucrânia. E garantir a eleição da ex-presidente Dilma Rousseff para o cargo de chefe do novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS, que é a mais importante instituição não ocidental de ordens, num momento em que Washington busca defender o regime vigente. Esses eram sinais de como o Brasil via o mundo, algo que não podia ser visto claramente pelas lentes americanas.

Mas, como Jones e seus colegas apontam, o Brasil também saudou a decisão dos EUA de fornecer US$ 500 milhões (RM2,3 bilhões) ao fundo da Amazônia. O governo Lula trabalhou em estreita colaboração com o governo Joe Biden para forjar uma aliança Brasil-EUA na Agência Internacional de Energia Atômica em face dos esforços chineses para frustrar o acordo Austrália-Reino Unido-EUA sobre submarinos movidos a energia nuclear; O presidente Lula participou ativamente da cúpula do G-7 em Hiroshima, Japão, onde foi convidado especial.

O Brasil está claramente empenhado em recuperar sua imagem como o país mais importante da América Latina e um ator importante nos assuntos mundiais. O momento do presidente Lula não poderia ter sido melhor porque uma grande rivalidade de poder está ocorrendo em todas as regiões do mundo, incluindo o Hemisfério Ocidental.

Como a décima maior economia do mundo e o sétimo país mais populoso, o Brasil pode emergir como um parceiro importante para outras potências médias liberais e democráticas, como a Índia, que são amplamente inclinadas aos Estados Unidos, mas se reservam o direito de se envolver com a China e com outras nações. Estados em termos consistentes com seus interesses nacionais. – The Statesman / Asia News Network

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *