Brasil inicia leilão 5G

Após vários atrasos, o Brasil iniciou hoje (4) um leilão de banda 5G, com expectativa de arrecadar cerca de 50 bilhões de reais (US $ 8,8 bilhões) no maior leilão de telecomunicações do país até hoje.

A previsão é que decorra até sexta-feira (5) devido ao grande número de licitações – 15 empresas já firmaram licitações para as faixas de frequências 700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz, nos blocos nacionais e regionais – o leilão está sendo realizado nos salão principal da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).), em Brasília.

A cerimônia que antecedeu o leilão contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro, do ministro das Comunicações, Fabio Faria, e de vários outros ministros do governo central. As redes 5G devem trazer 169 bilhões de reais (US $ 30 bilhões) para a economia brasileira nos próximos 20 anos, de acordo com estimativas da Anatel.

“Vamos mostrar ao mundo que o Brasil está entrando na economia digital e buscando a transformação digital. E o Brasil se tornará um centro de inovação”, disse Faria, acrescentando que o Brasil espera atrair empresas inovadoras de setores como essa tecnologia por meio da introdução de 5G.

As propostas de empresas e consórcios interessados ​​no espectro 5G vêm de grandes provedores de serviços, que têm como alvo frequências mais altas, bem como empresas e provedores regionais de Internet que competem em frequências mais baixas com o objetivo de cobrir grandes áreas.

Das 15 organizações e associações inscritas para concorrer ao leilão 5G, apenas cinco já atuam no setor no Brasil: Vivo, Claro, TIM, Algar Telecom e Sercomtel.

No momento da escrita, Claro, Vivo e TIM, as três operadoras móveis nacionais, garantiram as três combinações disponíveis da banda de 3,5 GHz, que é o principal segmento do espectro.

As três empresas vão gastar 1,1 bilhão de riais (US $ 195 milhões). O edital do leilão incluiu ainda a licitação de um quarto lote da faixa de 3,5 GHz, com abrangência nacional, para o qual não houve licitação.

Apoiada pelo Fundo Pátria / Blackstone, a empresa de telecomunicações Winity garantiu a banda de 700 MHz por 1,4 bilhão de reais (US $ 249 milhões) e se tornará a quarta empresa com mandato para fornecer serviços móveis em todo o Brasil.

Se todas as bandas de frequência disponíveis forem vendidas, o leilão 5G no Brasil deve arrecadar 49,7 bilhões de reais (US $ 8,84 bilhões), dos quais 3 bilhões de reais (US $ 533 milhões) ficarão em poder do governo. O restante será destinado a compromissos de investimentos estipulados no edital, como 7,5 bilhões de riais (US $ 1,3 bilhão), que serão destinados ao fornecimento de conectividade em escolas públicas.

Entre os compromissos específicos dos vencedores de 3,5 GHz, as exigências do governo incluem a expansão da rede de cabos de fibra ótica em leitos de rios na região norte, incluindo a Amazônia.

Em troca do direito de uso das bandas do espectro 5G, os vencedores do leilão também serão convidados a investir na implantação de redes 4G em todos os municípios com mais de 600 habitantes e na cobertura de 48.000 quilômetros de estradas com serviço de Internet de alta velocidade .

Outro compromisso dos vencedores do leilão é estruturar a rede privada de comunicações 5G para a administração pública federal, com protocolos de segurança e criptografia mais robustos. No início deste ano, o ministro Faria disse que os equipamentos fornecidos pela chinesa Huawei não seriam usados ​​na rede privada do governo.

A Huawei esteve entre as empresas que Faria visitou em um dos tours mundiais organizados pelo ministro para agilizar o processo em torno do leilão. Além da China, funcionários do governo brasileiro visitaram outros hubs 5G globais, como Suécia, Finlândia e Japão em fevereiro. Em visita posterior, em junho, Faria organizou uma visita aos Estados Unidos.

A comitiva do governo incluiu ministros e técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU), que analisou o edital de licitação do espectro 5G. Antes de dar o selo final de aprovação do edital, o TCU recebeu oposição interna do ministro Aroldo Cedraz, que tem acompanhado o trabalho da equipe técnica do tribunal.

Ao votar contra a decisão de dar luz verde ao governo para o leilão, a Cedars pediu um adiamento de 60 dias para uma análise mais aprofundada dos pontos levantados pela equipa técnica do tribunal, que incluíam a implementação e lançamento da rede privada de comunicações do governo. Fibras ópticas em leitos de rios na Amazônia. Ele também destacou que havia erros na metodologia de precificação das bandas de frequência.

Ao justificar sua decisão, Cedras indicou que permitir que o leilão prossiga nos termos propostos seria um retrocesso. “Nesse caso, condenaremos o Brasil e seus cidadãos a viver por mais 20 anos com serviços de telecomunicações caros e de baixa qualidade”, disse o ministro na época. No entanto, Faria aumentou a pressão para que o leilão fosse adiante, argumentando que a economia brasileira sofreria milhões de dólares em perdas diárias com o adiamento do evento.

De acordo com o Ministério das Comunicações, espera-se que a chegada do 5G trate de questões relacionadas à infraestrutura, que é um dos principais entraves para a universalização do acesso digital no Brasil. Existem cerca de 45,9 milhões de cidadãos excluídos digitalmente no Brasil e os fatores incluem o desinteresse, apontado por 34,7% dos que permanecem offline.

Não possuir o conhecimento técnico necessário para se conectar à Internet foi citado por 24,3%. O alto preço dos serviços de Internet foi outro motivo apontado pelos 25,4% dos brasileiros que não os utilizam, segundo relatório do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

O edital do leilão 5G definiu os prazos para a disponibilidade de 5G: todas as capitais brasileiras até 31 de julho de 2022. A implantação continuará para cidades com população acima de 500.000, que devem ter cobertura 5G até julho de 2025; Cidades com população de mais de 200.000 habitantes, que devem ter cobertura 5G até julho de 2026; Seguido por aqueles com população acima de 100.000 em julho de 2027 e, finalmente, cidades com mais de 30.000 habitantes, que deveriam ter apenas 5G até julho de 2028.

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